Links de Acesso

Um país à procura de estabilização - 2005-03-24


Angola continua a ser um país à procura de estabilização, mas este processo aparentemente não tem desincentivado investidores estrangeiros.

De acordo com Carlos Fernandes, Presidente da ANIP, Agência Nacional de Investimento Privado, em 2003, ano em que terminou a guerra, Angola recebeu propostas de investimento estrangeiro avaliadas em 295 milhões de dólares.

”Em 2004, as intenções de investimento chegaram a 680 milhões de dólares. Estamos no primeiro trimestre de 2005 e já temos intenções de investimento estimadas em 500 milhões de dólares".

Carlos Fernandes integra actualmente uma delegação despachada para o Dubai, Emiratos Árabes Unidos, onde o ministério das Relações Exteriores de Angola promove desde segunda-feira um seminário para captação de investimentos.

A delegação de Angola é chefiada pelo ministro-adjunto do primeiro-ministro Aguinaldo Jaime. Dela fazem parte também, a vice-ministra das relações Exteriores para Cooperação, Irene Neto,o vice-ministro da Geologia e Minas, Samuel Tito, diplomatas, peritos dos ministérios do Turismo e Hotelaria, Indústria e Obras Públicas.

Falando para a Voz da América, Carlos Fernandes disse que o aumento do volume de intenções de negócios é resultado do que se está a passar em Angola.

“O impacto da mensagem de Angola tem sido excelente; por outro lado vivemos situação política estável, estamos a caminho da estabilização macro-económica e o quadro jurídico-legal é extremamente atractivo".

Carlos Fernandes não pôde entretanto quantificar os projectos que se consumaram: “Trata-se de um processo gradual, mas ainda assim posso dizer-lhe que se iniciou a sua implementação. O resto depende do que o país tem para oferecer em matéria de infra-estruturas, e das próprias condições dos promotores que muitas vezes sustentam as suas actividade na base de compromissos financeiros que nem fluem da maneira mais desejável. Podemos é fazer um balanço correspondente ao espaço de implementação dos projectos que normalmente vai de 1 ano e meio a 2 anos."

Carlos Fernandes associa também o crescimento de interesse estrangeiro em Angola à alteração das leis de investimento.

”As mudanças que houve em Angola estão exactamente reflectidas nos números. Neste momento temos uma agência de investimento privado que tem 15 dias para aprovar projectos até 5 milhões de dólares, e o Conselho de Ministros tem o compromisso de aprovar os projectos com valor superior a este.

Por outro lado, se for necessário criar sociedades comerciais e empresas em Angola, nós temos aquilo que se chama em inglês one stop shop. Hoje já é possível criar uma empresa no espaço de 15 a 30 dias, quando no passado demorava meia dúzia de meses. Portanto como reflexo disso, temos os números que acabei de referir".

O seminário promovido pelo ministério das Relações Exteriores de Angola compreende também um evento em Abu Dabi, capital dos EAU, e outro na Tunísia.

Rui Mangueira, Cônsul Geral de Angola nos EAU, disse que o seminário serve essencialmente para apresentar o projecto económico de Angola para os próximos anos, as oportunidades de investimentos e a legislação.

Participa como convidado o representante do Banco Mundial em Angola , Lawrence Clarck, uma instituição que, segundo Rui Mangueira, “participa no processo de reconstrução nacional.”

XS
SM
MD
LG