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A imprensa floresceu em Moçambique


A imprensa floresceu em Moçambique desde o fim da devastadora guerra civil naquele país, em 1992, refere o Comité de Protecção dos Jornalistas no relatório sobre as condições do exercício da liberdade de imprensa que foi oficialmente divulgado em Washington, um documento em que se não faz qualquer aos outros países africanos de expressão oficial portuguesa.

Mas, apesar dos progressos assinalados, o Comité de Protecção dos Jornalistas sublinha que os jornalistas moçambicanos ainda se sentem perseguidos pela lembrança do brutal assassinato de Carlos Cardoso, no ano 2000, que na altura estava a publicar reportagens denunciando um escândalo de corrupção envolvendo o banco Comercial de Moçambique, controlado pelo Estado.

Os autores do relatório adiantam que os autores materiais do crime foram julgados e condenados, mas referem que os jornalistas moçambicanos estão ainda preocupados pelo facto dos cérebros do crime estejam ainda em liberdade.

Quanto ao resto, o Comité de Protecção dos Jornalistas, que tem a sua sede em NY, recorda que, em Novembro do ano passado, o Parlamento moçambicano aprovou emendas constitucionais, incluindo artigos alargando a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa.

Um artigo proibindo os jornalistas de efectuar reportagens que possam pôr em causa ”os objectivos da política externa e da segurança nacional” foram desde então anulados.

Paralelamente, dezenas de publicações privadas expressam livremente as suas opiniões, criticando frequentemente tanto o partido no poder (a Frelimo) como, a Renamo, o maior partido da oposição.

Ainda sobre Moçambique, o relatório nota que proliferam em todo o país um grande número de rádios privadas e comunitárias, mas a única estação que transmite a nível nacional é a Rádio Moçambique, pertença do Estado. Os jornalistas locais consideram que a sua cobertura noticiosa é independente.

Ao contrário da situação em Moçambique, no Zimbabwe as coisas parecem agravar-se com as iniciativas do presidente Robert Mugabe visando silenciar os órgãos de comunicação social que critique o seu governo.

O Comité de Protecção dos Jornalistas nomeou, em 2004, o Zimbabwe como o pior país para se exercer a profissão de jornalista. E, este ano, com eleições parlamentares marcadas para Março de 2005, legislação repressiva foi usada para encerrar o único jornal independente do país.

Por outro lado, em 2004, afirma-se no relatório, nenhum correspondente estrangeiro fez reportagens a partir do Zimbabwe já que o último, o jornalista Andrew Meldrum, do ”Guardian”, de Londres foi considerado ”indesejável” pelo governo de Mugabe e deportado em 2003. Os jornalistas nacionais que tem estado a colaborar com media estrangeiros têm sido alvo de constantes ameaças.

Em Fevereiro, três jornalistas do jornal governamental ”The Herald” foram despedidos por estarem a colaborar com a Rádio Voz da América.

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