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Apoiar os cientistas


A Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos vai envolver-se num projecto que visa apoiar os cientistas africanos a influenciarem as políticas dos governos dos respectivos países.

Para o efeito, aquela instituição vai disponibilizar fundos e know how com vista à criação e apetrechamento das academias de ciências em vários países africanos e que terão por missão o aconselhamento nas questões cientificas e de saúde que o continente africano tem vindo a fazer face.

Muitas das academias de ciências pelo mundo fora são apenas sociedades honorárias, mas no caso dos Estados Unidos, a carta da Academia Nacional de Ciências sugere o assessoramento permanente do governo.

“Quando se tem falta de uma boa assistência cientifica, por vezes não se consegue os resultados pretendidos.”

Era Patrick Kelley, director do painel global de saúde da Academia de Ciências dos Estados Unidos, conhecido igualmente como o Instituto da Medicina.

O Dr Kelley é da opinião que os cientistas africanos deveriam ter a mesma oportunidade de aconselhamento dos governos dos respectivos países, a semelhança dos seus colegas americanos.

“Muitas academias no mundo, representam um grupo de especialistas que podem apoiar os governos a lidarem com uma série de assuntos científicos, particularmente da área da saúde. Portanto, o que vamos tentar fazer e melhorar a capacidade das academias em África, por forma que se consiga mobilizar os seus membros para papeis que talvez poderão não ser tradicional para eles, mas papéis que passarão por contributos e aconselhamentos das políticas governamentais”.

Muitas academias de ciências em África estão em certa medida a trabalhar no sentido da implementação desses objectivos, não obstante alguns terem apenas escassos anos de existência e por conseguinte pouca experiência na ordenação das respectivas comunidades cientificas para fins de assessoramento e de aconselhamento.

Os desafios que o continente tem feito face são enormes, começando pela epidemia da sida, a crónica situação de subnutrição, as altas taxas de mortalidade infantil, consequência da malária e das diarreias agudas.

As nações africanas têm manifestado colectivamente o desejo de terem a ciência ao serviço dos objectivos preconizados no quadro da Nova Parceria para o Desenvolvimento de África, conhecida pela sigla Nepad.

Os novos esforços da Academia Americana de Ciências vão começar a ser sentidos na África do Sul, na Nigéria e no Uganda e contemplam uma verba calculada em 20 milhões de dólares doados principalmente por uma organização de caridade fundada pelo multi - milionário e patrão da Microsof, Bill Gates.

De acordo com Patrick Kelley, da academia americana de ciências, a África do Sul e a Nigéria têm uma larga capacidade cientifica, na região subsaariana de África.

A capacidade do Uganda já é bem menor, mas a dimensão dos países e a habilidade não serão decerto os únicos aspectos a determinarem os parceiros nesta parceria das academias.

“Olhamos também para muitas coisas, incluindo a receptividade dos governos e da sociedade civil face ao assessoramento cientifico. E este é um aspecto atractivo que o Uganda tem ... a receptividade do seu governo e a abertura dos seus órgãos de comunicação social em usarem os conselhos científicos para suscitar debates sobre questões de saúde.”

Para apoiar as três academias africanas no cumprimento dos objectivos definidos, a Academia Nacional de Ciência americana vai treinar para o efeito os colegas africanos a conduzirem pesquisas e estudos científicos, a par da realização de conferencias que sirvam para a monitorização das políticas governamentais, para alem da promoção de relações profícuas com o sector publico e privado dos respectivos países.

Na sua fase inicial, países como o Senegal, Camarões, Ghana e o Quénia serão incluídos no projecto com o financiamento do governo canadiano.

Mas para Patrick Kelley a iniciativa vai patrocinar uma serie de outras iniciativas, nomeadamente reuniões continentais e internacionais nas quais a classe cientifica dos países africanos não incluídos nesta primeira fase do projecto poderio participar.

“A ciência de qualidade pode ajudar a resolver muito dos problemas que tem retardado o desenvolvimento de África”.

Palavras de Patrick Kelley, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.

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