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Seis ministros acusados de má gestão  - 2005-01-05


Os nomes dos seis ministros foram tornados públicos no final do ano passado, quando um relatório do parlamento os acusou numa investigação nacional à corrupção, neste país rico em minerais. Os ministros são acusados de má gestão financeira. Foram então suspensos, enquanto aumentava a pressão sobre o presidente Joseph Kabila para limpar o seu governo.

E, ao final do dia de ontem, segunda-feira, os ministros das minas, energia, comércio, transporte e educação superior eram finalmente afastados, numa remodelação governamental alargada, que acabaria por fazer alterações nas lideranças de 11 ministérios.

Os seis ministros em causa foram suspensos, juntamente com uma dezena de directores de companhias estatais, em resultado das investigações a crescentes irregularidades financeiras e ao aumento de práticas fraudulentas em ministérios e companhias que lideram o processo eleitoral para Junho deste ano.

O porta-voz presidencial, Kudura Kasongo, disse hoje, terça-feira, que as mudanças são parte das tentativas de Kabila para fazer face à corrupção num país rico em minérios. Negócios e política no Congo andam de mãos dadas e ambos corruptos.

Mas as outras mudanças registadas na segunda levaram, também, a que os ministros da defesa e economia fossem substituídos, pelo partido que os nomeou, o que é visto como uma limpeza interna desse partido.

Os ministros tinham caído em desgraça com a liderança do RCD-Goma, devido a meses de lutas internas. O RCD-Goma é um antigo grupo rebelde, apoiado pelo Ruanda, e que faz parte do frágil governo de transição, criado ao abrigo do acordo de paz de 2003.

O acordo respondeu ao final de cinco anos de guerra no Congo -- uma guerra complexa, que originou também um acordo complexo -- e que levou antigos beligerantes, oposição política e representantes da sociedade civil a formar um governo liderado por Kabila e seus quatro vice-presidentes.

A maior parte dos analistas dizem ser muito cedo para se falar de impacto que as mudanças poderão ter na tentativa de unir um país devastado pela guerra, do tamanho de toda a Europa ocidental, e onde não se pode falar de infra-estruturas.

Mas os cépticos argumentam que a apenas seis meses das eleições e quando poucos preparativos para o escrutínio foram feitos, é pouca a esperança de uma mudança radical e de verdadeiros progressos num processo de transição.

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