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Combates entre tropas congolesas e uma facção dissidente do exercito do Congo  - 2004-12-21


Combates entre tropas congolesas e uma facção dissidente do exercito do Congo parece estarem a prosseguir, enquanto funcionários regionais e uma delegação de Kinshasa visita KANYA BAYONGA, uma cidade do leste do Congo que tem sido cenário de fortes confrontos armadas.

Mais de 30 pessoas terão morrido em recentes confrontos no leste do Congo. Cerca de 100 mil pessoas fugiram de suas aldeias enquanto combatentes pilhavam as suas casas e lojas.

A violência ocorre quando presidente congoles Joseph Kabila ordenou a concentração de tropas no leste do Congo. Trata-se de uma resposta às repetidas ameaças do governo do Ruanda liderado por tutsis de enviar tropas para o leste do Congo para perseguir milhares de combatentes hutus que ainda vagueiam pelas densas matas da província congolesa de Kivu. Os combatentes são restos do INTER HAMWE e ex-soldados das forças armadas ruandesas que escaparam para o Congo depois de terem levado a cabo o genocídio contra cerca de 800 mil tutsis e moderados hutus no Ruanda em 1994.

Eugene Serufuli NGAYA BASEKA, o governador da província de Kivu que faz parte da delegação que e encontra em Goma, disse que o problema real não é a ameaça de invasão do Ruanda mas da unidade do exército congoles, que necessita de ser integrada.

“Verdade que estão a combater congoleses contra congoleses. E o mesmo exercito que esta se digladiar. Mas a sua composição não é a mesma. Uns soldados são do Agrupamento Congoles para a Democracia (RCD) outros são do Governo. E preciso o mais rapidamente possível unir esses soldados.”

O sentido de urgência e profundo. Uma outra guerra congolesa e uma perspectiva sombria, tendo em conta que a ultima durou cinco anos, envolveram pelo menos seis países africanos e matou perto de quatro milhões de congoleses.

Moise Mbusa KATIMIKA vive em Goma, na fronteira entre o Congo e o Ruanda, afirmou que as lealdades na cidade estão divididas: muitas pessoas apoiam o presidente Kabila e o exercito congoles; muitas outras apoiam os soldados dissidentes, formados por antigos rebeldes do RCD apoiado pelo Ruanda.

KATIMIKA disse que o espectro da guerra tem feito aumentar a tensão em Goma. Tal como muitas pessoas, afirma que a violência e um sinal de que o Congo e o Ruanda estão uma vez mais no caminho para a guerra.

“As famílias estão muito nervosas com esta guerra. Eles são contra a guerra. E não sabem como terminar a guerra. Quando ouviram que Kabila estava a enviar tropas para aqui, tentaram pensar que a guerra ia terminar. Mas estão surpreendidos por verem que a guerra não terminou.”

A delegação que se encontra em Goma espera deixar a cidade na terça-feira. Vários delegados afirmaram que um cenário provável para terminar com a corrente crise seria as tropas do RCD baixarem as armas e deixar o exército congoles defender a fronteira com o Ruanda.

Mas muita da população étnica tutsi do Congo receia que as tropas congolesas tanto como as milícias hutus que andam pelas Colinas.

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