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População cansada de repetidos casos  - 2004-12-17


Robert Shaw, um dos mais conhecidos comentadores económicos no Quénia, disse à VOA que o discurso feito pelo presidente Mwai Kibaki, durante o fim-de-semana, se destinava a acalmar uma população cansada de repetidos casos de corrupção, estagnação económica, e um processo de reforma constitucional a conhecer o impasse.

“Penso que este governo se sente um pouco sitiado, pelo que usa oportunidades como esta para impressionar as pessoas que começam a mostrar-se muito cínicas com o governo.

Shaw acrescenta que o discurso falava das grandes questões. Por exemplo, diz, enquanto o governo fala de combate à corrupção, escândalos envolvendo altos responsáveis governamentais nunca solucionados.

O economista afirma ser irónico que um dos sete mil prisioneiros libertados da prisão seja Margaret Gachara, antiga chefe do Conselho Nacional queniano de Controlo da SIDA, que tinha sido considerada culpada de desviar centenas de milhar de dólares da organização.

Na semana passada, a Transparência Internacional dizia que três em cada dez quenianos dizem ter pago algum tipo de suborno no último ano, e colocou o Quénia entre os países mais corruptos do mundo.

O relatório criticava, também, o governo por pouco fazer sobre os muitos casos de corrupção a alto nível.

O comentador Shaw também fala de forma sombria do crescimento económico do Quénia, afirmando ser limitado ao sector agrícola. A economia queniana, como um todo, frisa ele, tem de facto uma fraca performance.

“Para a grande maioria dos quenianos, o padrão de vida apenas se deteriorou. O custo do milho aumento 75 por cento desde que este governo assumiu o poder.

Palavras do comentador económico Robert Shaw. Mas o jornal queniano ”The Standard” que se publica em língua inglesa, descreve a situação económica do país de uma forma mais positiva, escrevendo que o governo está a cumprir o seu plano quinquenal de crescimento económico de cinco por cento. Da mesma forma responsabiliza o mau tempo e os doadores pelo fraco desempenho económico do país.

A reforma constitucional é outro ponto de desagrado para muitos quenianos. Quando o actual governo arrancou no final de 2002 prometeu mudanças rápidas na Constituição para reforçar os direitos humanos e impedir abuso do poder.

Mas dois anos mais tarde, lutas políticas provocaram adiamentos, gerando, em Julho, distúrbios em Nairobi e na cidade de Ksiumu, na zona ocidental do país.

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