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São mais saudáveis - 2004-12-16


Eles são mais saudáveis, ficam mais tempo na escola, obtêm melhores notas e casam-se mais tarde.

Eis um rápido retrato dos cerca de 1500 milhões de jovens de idades compreendidas entre os 10 e os 24 anos que vivem em países em vias de desenvolvimento, comparado com o mesmo grupo etário ha 20 anos atras.

Um relatório do National Research Council e do Instituto de Medicina em Washington intitulado “Crescimento Global” mostra que a educação eh agora um factor chave na transição da juventude para a idade adulta.

“Tem havido um crescimento muito dramático e historicamente sem precedentes na participação escolar através do mundo, mesmo em países onde a situação económica não eh muito boa.”

Era Cynthia Lloyd, que chefiou o painel de investigação e directora de investigação social no Population Council. Ela e de opinião de que os jovens instruídos são mais saudáveis, em parte porque os estudantes são menos propensos a envolverem-se em relações sexuais pre-maritais do que os jovens sem instrução. E explica que a escola e o casamento mais tarde estão de mãos dadas especialmente no que diz respeito às raparigas.

“Não se trata apenas do facto de estarem mais tempo na escola e portanto casarem mais tarde. Eh acima de tudo por aquilo que eles aprenderam, as oportunidades que a escola lhes deu, a possibilidade de poderem arranjar um emprego antes de se casarem, assim como ha uma serie de outras coisas que vão com aquilo.”

Cynthia Lloyd acrescentou que as raparigas com instrução tem diferentes expectativas em termos do que querem num marido e quantos filhos querem ter, ambas as quais afectam a altura para se casarem.

Mas o estudo descobriu que mais de 40 por cento dos jovens nos países subdesenvolvidos casam-se antes dos 18 anos, a idade adulta definida pelas Nações Unidas.

“Essa percentagem esta abaixo dos 52 por cento que se verificava ha 20 anos, por isso existe um notável progresso. Mas de uma perspectiva de direitos humanos, ha muita preocupação sobre o numero de jovens que se casam antes de completarem a sua adolescência.”

Embora a investigação abarque o crescimento nos países subdesenvolvidos em todo o mundo, Cynthia Lloyd afirma que as conclusões são particularmente indicativas da vida dos jovens na Índia e na China.

“Quarenta e dois por cento de todos os jovens que crescem nos países em vias de desenvolvimento vivem em dois países, Índia e China, e esses dois países tem sido extremamente dinâmicos nos últimos anos em termos das suas economias, abrindo todo o tipo de novas oportunidades para jovens em termos de mercado de trabalho.”

De uma forma oposta, o estudo mostra que os adolescentes na África sub-Saariana enfrentam dificuldades excepcionais no seu crescimento devido ao HIV/SIDA e a fraca economia da região.

No seu todo, o estudo indica que 325 milhões de jovens nos países em vias de desenvolvimento são forcados viver com o equivalente a menos de um dólar americano por dia.

Cynthia Lloyd afirmou esperar que essa investigação ajudara os políticos a criarem planos para alcançar os objectivos de desenvolvimento do milénio das Nações Unidas, incluindo a eliminação da pobreza extrema e a consecução da escolaridade universal.

O relatório conclui que os políticos devem focar mais as suas atenções e recursos nos jovens, em parte providenciando melhores escolas e instrução mais avançada para que os jovens possam competir por empregos causados pela globalização.

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