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Luanda cancela contrato com lobbista - 2004-12-03


As autoridades angolanas romperam esta semana o contrato de prestação de serviços que as ligava à companhia de lobby, CR International, liderada por Robert Cabelli antigo funcionário do Departamento de estado durante a Administração Reagan.

Dados disponíveis no Departamento de Justiça indicam que nos melhores anos Robert Cabelli chegou a receber cerca de 600 mil dólares por ano.

Fonte diplomática angolana disse à Voz da América que parte deste dinheiro, cerca de 200 mil dólares, era aplicado em contas ditas discricionárias, que incluíam viagens.

Cabelli notabilizou-se ao serviço de Angola pela autonomia que dispunha em relação aos sucessivos embaixadores colocados por Luanda em Washington.

É muito conhecida na capital norte-americana a facilidade de contactos que Cabelli mantinha com o palácio presidencial em Luanda, sendo que algumas vezes pareceu gozar de mais acesso do que diplomatas angolanos acreditados em Washington.

A sua contratação em 1993, deveu-se em parte ao interesse de Luanda em ter ao seu serviço um lobbista com boa penetração na administração de Bush, pai. Diplomatas angolanos admitem que Cabelli ao princípio terá justificado a contratação.

Colocado até 1993 na área de assuntos africanos do Departamento de Estado, ao tempo liderada por Herman Cohen, mais tarde também contratado por Angola, Robert Cabelli parecia ser o instrumento que Luanda procurava. Em boa verdade a longevidade do seu contrato parecia fazer dele uma peça importante na articulação de Luanda em Washington.

O distanciamento em relação à embaixada de Angola em Washington, e a contratação de companhias como a Good Work International de Andrew Young e a poderosíssima Patton Boggs, retiraram relevância ao papel da CR International , ao ponto de Luanda ter ordenado o cancelamento do contrato. Além de acções de relações públicas a CR International era também responsável pela gestão da página da embaixada de Angola na internet.

Actualmente Luanda tem ao serviço, a Patton Boggs, responsável em parte pela preparação da visita que Presidente José Eduardo dos Santos efectuou aos Estados Unidos em Maio passado, e a Samuels' International, a mais antiga companhia ligada ao Estado Angolano.

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