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Referendo adiado  - 2004-11-19


O porta voz da Comissão Eleitoral do Burundi, Paul Ngarambe, afirmou a Voz da América que o referendo foi adiado ate 22 de Dezembro próximo, devido a problemas logísticos, como a falta de urnas para os votos e cartões de eleitor.

Segundo ele, o governo vai aproveitar o tempo para explicar a população a proposta de constituição.

"Os membros do governo, os membros do parlamento e do Senado e os partidos políticos têm de explicar o texto da Constituição . E não apenas isso, um outro grupo vai educar a população como votar."

O atraso de um mês constitui o ultimo revés no processo para por termo a 11 anos de guerra civil, que custou a vida a cerca de trezentas mil pessoas.

Os termos do acordo de paz assinados há quatro anos na Tanzânia, eram supostos a adopção e aprovação de uma nova Lei Fundamental, ate ao dia um de Novembro deste ano. O governo de transição Hutu-Tutsi criado naquela altura deveria entregar o poder a um novo Executivo eleito.

Todavia, devido às divergências sobre a nova constitucional, dificuldades logísticas e outros problemas, a eleição só será realizada no próximo ano.

A proposta de Constituição tem sido um ponto de divergência entre os partidos políticos Hutu e Tutsi, pois prevê a partilha do Senado e uma divisão a 60 contra 40 por cento entre as duas etnias na Assembleia Nacional.

Um grupo de partidos Tutsi argumenta que a Constituição, finalizada por uma maioria de políticos Hutu, não garante aos Tutsi a continuidade do exercício do poder político. Sustentam ainda que os representantes Tutsi devem ser provenientes de formações Tutsi e não de partidos dominados pelos Hutu.

As formações políticas Tutsi reduziram as suas exigências no inicio deste mês, na esperança de poderem ser feitas alterações na proposta de texto ... antes do referendo.

Os Tutsi são cerca de 15 por cento da população do Burundi, mas dominam as esferas militares e política, o que foi a maior causa da guerra civil. O presidente do maior partido político Tutsi afirmou a Voz da América pensar que as sessões de debate constitucional e eleitoral vão permitir um debate sobre a própria Lei Fundamental.

Responsáveis do governo e do antigo principal grupo rebelde juntaram-se ao governo argumentando que ao acordo de partilha do poder e a constituição foram alcançados por consenso reflectindo os desejos da maioria.

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