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Director adjunto do FMI em Luanda - 2004-10-31


Janeiro é entendido pelas autoridades angolanas como data provável para a obtenção de um acordo com o Fundo Monetário Internacional. Esta hipótese dependerá de como decorrerem as consultas que o governo de Angola manterá nas próximas semanas em Luanda com uma delegação chefiada pelo director geral adjunto do Fundo Monetário Internacional, Takatoshi Kato.

Observadores em Washington disseram à Voz da América que os tempos são outros, e só isto explica a inclusão de Angola nesta viagem de Kato. ? Há dois anos, uma visita desta natureza surpreenderia toda a gente?.

Por sua vez autoridades angolanas entendem que o facto de Kato ter incluido Angola na sua agenda - eventualmente apertada - é uma indicação de como as duas partes estão empenhadas na obtenção de um acordo. ?Nós estamos interessados num entendimento com o FMI, e eles estão interessados em que Angola seja um caso de sucesso, por conseguinte, se prevalecer o optimismo evidenciado pela última missão acreditamos que possamos ter um acordo na mesa em Janeiro próximo?.

Fonte familiar às negociações disse à Voz da América em Washington que conquanto o FMI ainda mantenha reservas em relação a Angola, a visita de Takatoshi é seguramente um sinal de que o programa de reformas gizado íntegralmente em Angola tem a benção do FMI.

As duas partes parecem um pouco distantes no que toca à velocidade das reformas e à dimensão do envolvimento do Estado. Um alto funcionário angolano disse à Voz da América, que tendo Angola que resolver questões como a reposição efectiva da administração do estado acolhimento de deslocados e refugiados, não há como reduzir a despesa pública, nem tão pouco o papel do estado. ? O princípio de menos governo mais cidadão, ainda não se aplica em Angola?.

Um outro impulso às negociações virá logo depois da visita de Takatoshi Kato, pois a equipa de peritos do FMI que estuda o orçamento geral do Estado e o programa de Governo para o próximo ano aprovados esta semana , também tem viagem marcada para Angola.

Questões relativas às contas angolanas, controlo de inflação, financiamento do déficit e gestão de reservas internacionais serão susceptíveis de consumirem a maior parte da próxima ronda de consultas.

Os peritos do FMI deveriam visitar Luanda há cerca de 3 semanas, mas a deslocação a Washington, de uma delegação angolana que foi assistir a assembleia anual do Fundo, e a preparação do OGE e do orçamento geral do Estado, impuseram o adiamento da consultas. Outros dados de natureza estatística retidos em Luanda teriam também postergado a deslocação da equipa do FMI.

?Não fazia sentido estarem em Luanda sem antes analisarem o projecto de orçamento para o próximo ano?. A delegação do FMI será chefiada por Michael Baxter, country director para Angola.

Interrogada sobre as metas previstas no OGE e no programa para 2005 a fonte da Voz da América disse que não se pode dizer que trabalhar para baixar a inflação até 15 por cento não seja ambiciosos sem se ter emconta o facto de a economia angolana em 2003 registava uma taxa de inflação 76 por cento. ? Ainda não podemos falar de 1 digito na medida em que a nossa economia sofre pressões decorrentes de encargos sociais, para além também de que precisamos de reestabelecer os stocks de capital?. A uma pergunta sobre as exigências feitas por grupos de pressão, sobretudo em Londres e em Washington, a fonte da Voz da Améerica disse:? O próprio FMI reconhece hoje que há progressos tangíveis no que toca à transparência; por outro a divulgação do montante e do destino a dar ao adicional proveniente do aumento do preço do petróleo, resultou de uma iniciativa exclusiva do governo, e nao por força ou imposição de ninguém; por fim só ainda não aderimos a algumas iniciativas sobre transparência porque quando o fizermos não queremos que haja discrepâncias, por conseguinte estamos a arrumar as nissas contas?.

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