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Secretario de Estado americano no Sudão - 2004-06-30


O Secretario de Estado, Colin Powell, que se juntou ao Presidente Bush na cimeira de Istambul, separa-se do grupo para realizar a primeira visita de um Secretario de Estado americano ao Sudão desde 1978.

As relações entre os Estados Unidos e o Sudão, frias durante uma década, melhoraram o ano passado através da cooperação na luta contra o terrorismo e nas negociações de paz entre o norte e o sul do Sudão.

Todavia, os avanços nas relações entre as duas nações foram prejudicados pela crise em Darfur, onde as milícias apoiadas pelo governo sudanês, provocaram a fuga de mais de um milhão de pessoas das suas casas através de tácticas de terra queimada contra os rebeldes locais.

O portavoz do Departamento de Estado, Adam Ereli, declarou numa conferencia de imprensa que durante as suas conversações com o Presidente el-Bashir e outros responsáveis sudaneses, o Secretario Colin Powell irá tornar claro que o futuro das relações entre os dois países irá depender da acção do governo de Kartoun contra as chamadas milícias janjaweed e a abertura do acesso à região de Darfur à ajuda estrangeira. O Sudão deverá aceitar também o diálogo com a oposição armada em Darfur, disse ainda o porta-voz do Departamento de Estado que adiantou que a normalização das relações entre Washington e Kartoun não será possível a menos que haja um acordo final norte-sul e o fim da violência em Darfur.

Depois da reunião com os lideres sudaneses em Kartoun, Colin Powell segue na quarta-feira para El Fasher, aonde vai visitar os acampamentos dos desalojados e encontrar-se com os trabalhadores de ajuda.

A visita de Colin Powell ao Sudão vai coincidir com a chegada à região do Secretario-Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, esperando-se que os dois líderes se encontrem e façam um apelo conjunto para mais ajuda internacional aos refugiados de Darfur.

A Administração Bush classificou a destruição das aldeias dos africanos da região pelas milícias árabes janjaweed como sendo uma tentativa de limpeza étnica, estando a administração americana a estudar a possibilidade da actividade ser considerada genocídio.

O Presidente el-Bashir prometeu há mais de uma semana desarmar as milícias janjaweed e outros grupos armados, mas os responsáveis americanos afirmam não terem visto qualquer acção nesse sentido desde então.

Entretanto, a Administração Bush tem ameaçado a imposição de sanções de viagem e financeiras aos líderes e responsáveis sudaneses que apoiam os activistas armados.

O governo de Kartoum nega estar a ajudar as milícias janjaweed, mas fontes próximas do governo sudanês afirmam que os milicianos estão a ser armados pelas autoridades do governo central sudanês e dão ainda aos combatentes janjaweed apoio táctico da aviação militar.

Morreram na luta que irrompeu o ano passado em Darfur mais de dez milhões de pessoas, afirmando as agências americanas de ajuda que centenas de milhar doutras terão fugido para o vizinho Chade, onde enfrentam a morte à fome e doenças, sem a ajuda imediata em grandes quantidades.

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