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Línguas nacionais vão à escola - 2004-06-10


O Ministério da Cultura pretende conferir às línguas nacionais, o mesmo tratamento de que desfruta a língua portuguesa nas escolas públicas. Por isso, o Ministério elaborou uma proposta de lei sobre o estatuto das línguas nacionais. O projecto está a ser analisado por peritos, ao que seguirá a apreciação e aprovação dos órgãos competentes.

Este diploma que tem um carácter inovador vai conferir estatuto oficial às línguas Nacionais propondo a institucionalização do seu uso, como disse o Ministro da Cultura, Boaventura Cardoso.

”Há quem defenda que a situação de subalternação em que se encontram as nossas línguas em relação à língua portuguesa deve-se a ausência de políticas adequadas e sustentáveis”.

Mas Boaventura Cardoso, recordou que desde a independência Nacional que foram enunciados princípios para programas de acção para o desenvolvimento e promoção das línguas nacionais, mas afirmou que a actual política linguística enferma pelo seu carácter pontual e fragmentário.

”Há que ter em conta que a interacção entre o português e as línguas nacionais ocorreu e continua a verificar-se em contextos sócio-históricos particulares. Há que reconhecer que a nossa situação linguística é complexa pelo que requer um estudo aprofundado, devendo evitar-se soluções que pequem por ser lineares e simplistas”.

O Ministro disse igualmente que tem faltado a todos,instituições públicas e a sociedade civil, uma certa dose de agressividade e de ousadia indispensáveis para que as línguas nacionais ocupem na sociedade o lugar que lhes é devido.

Angola é dos países africanos onde a política de assimilação cultural europeia terá sido tão profunda e devastadora . A agravar isto junta-se a guerra que obrigou muitos jovens a procurar a cidade, passando por processos de urbanização que os leva a abandonar as sua línguas maternas em prol do português.(AM)

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