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O surgimento de mais de trinta formações políticas - 2004-06-08


O surgimento de mais de trinta formações políticas sem assento parlamentar e que se opõem aos partidos que se retiraram da Comissão Constitucional, veio demonstrar a divisão no seio da oposição em relação à forma de se ultrapassar a crise que há mais de um mês se instalou no órgão que está a preparar a futura Constituição.

Três coligações políticas, consideraram no último fim de semana de “sabotagem política” à preparação das eleições gerais e presidenciais a retirada da oposição parlamentar da Comissão Constitucional.

À tona veio mais uma vez a questão das eleições. As três coligações defendem a realização do pleito eleitoral em 2006, contrariando assim, a ideia das outras forças políticas que propõem o ano de 2005.

O analista Justino Pinto de Andrade desdramatiza a situação, mas diz que é necessário encontrar-se o consenso.

“Eu penso que esta questão deve ser tratada em fórum próprio, o que prova mais uma vez que não basta apenas ouvir os partidos políticos com assento parlamentar. É necessário que o Chefe de Estado organize um fórum próprio onde se possa discutir e analisar a melhor altura para a realização das eleições” - referiu.

Relativamente a ideia de que a oposição parlamentar estaria a criar obstáculos à realização das eleições para esta continuar a beneficiar das regalias que tem no Parlamento, Justino Pinto de Andrade diz haver aí uma contradição.

“Quem está a protelar ainda mais são eles (as coligações). Eles é que estão a propor a realização das eleições para 2006, os outros propõem para 2005. Portanto aí há uma contradição. E se há uma contradição deste género, então temos que olhar com alguma desconfiança para tipo de posicionamento” - enfatizou.

Justino Pinto de Andrade pensa que a retirada dos partidos políticos da Comissão Constitucional é temporária e visa apenas acelerar o processo de preparação das eleições.

“Eu acho que a retirada dos partidos políticos da oposição da Comissão Constitucional tem como objectivo a assunção de um compromisso sério por parte do Chefe de Estado e das forças políticas legalmente constituídas em Angola para que as eleições sejam realizadas em data a aprazar já e que sejam dados todos os passos para a sua realização”.

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