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PAM divide o mal pelas aldeias - 2004-06-01


O PAM recebeu até ao momento 38 dos 136 milhões de dólares que precisa para suportar as operações humanitárias em curso até ao mês de Dezembro e regista, por esta razão, uma escassez de cereais para completar a cesta alimentar básica.

A última doação veio da França que contribuiu com um milhão e meio de dólares americanos, montante que a agência alimentar da ONU vai empregar na compra de milho aqui mesmo na região.

O assistente de informação do PAM, Manuel Cristóvão, que prestou esta informação à Voz América, acrescentou que continuam a ser reiterados apelos aos doadores para que tenham em boa conta o facto de Angola ainda ter mais de um milhão de pessoas em situação alimentar crítica.

A escassez de cereais anunciada há já vários meses levou o PAM a limitar a cesta básica completa aos grupos mais vulneráveis. Pela mesma razão foi reduzido o programa de merenda escolar e estará igualmente afectado o fornecimento de comida aos refugiados que começam a chegar ao país no meio deste mês.

“O número de beneficiários do PAM também foi reduzido consideravelmente. Prevemos assistir um milhão de pessoas durante o mês de Junho. Não vamos, em princípio, retirar a distribuição de cereais durante este mês de Junho, mas iremos continuar com os cortes que vínhamos implementando durante o mês de Abril, ou seja os grupos menos vulneráveis vão continuar a receber apenas metade da ração que temos distribuído geralmente”.

A crise de reservas alimentares do PAM se instaurou com a redução das contribuições dos doadores e foi agravada com a interdição pelo Governo da entrada de cereais geneticamente modificados em grãos.

Esta medida provocou alguma celeuma entre o PAM, o Governo e o principal fornecedor de ajuda humanitária, os Estados Unidos da América, a quem foi permitido doar apenas farinha de milho.

Apesar desta pequena abertura no posicionamento do executivo angolano, o PAM continua a aguardar pela chegada do milho moído que já foi prometido pelas autoridades americanas aos responsáveis do órgão alimentar mundial das Nações Unidas.

“Nós continuamos em discussão com o governo, continuamos a dialogar. É claro, e nós já reafirmamos isso, não é política do PAM contestar a medida tomada pelo Governo, mas continuamos a dialogar no sentido de ver a melhor forma de implementar este decreto por forma que isto afecte o mínimo possível as nossas operações”.

Dada a abertura do executivo angolano em relação a entrada de milho moído, ao PAM preocupa agora a questão dos grãos que tem estado dificultar o processo de distribuição de ajuda humanitária aos beneficiários.

Os doadores mantêm um certo distanciamento com a questão humanitária angolana, numa altura em que começam a chegar a Angola milhares de pessoas que procuraram abrigo nos países vizinhos por causa da guerra.

A reconstrução de infra-estruturas sociais fomentada com o programa comida pelo trabalho está suspenso, para permitir o atendimento de pessoas com necessidades prementes, assim como o programa de merenda escolar que beneficiava 240 mil crianças. Eugênio Mateus

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