Apesar dos contactos que o MPLA vem mantendo separadamente com as outras forcas políticas no sentido de se ultrapassar a crise que se instalou na Comissão Constitucional, a oposição mantêm-se unida e irredutível.
Num encontro realizado nesta segunda-feira a oposição reafirmou a sua decisão de não voltar à Comissão Constitucional até que o Presidente da República inicie as consultas com vista à marcação da data das eleições.
O encontro reuniu de mais de uma vintena de partidos políticos. Todos eles defendem o principio de que as eleições devem realizar-se no segundo semestre de 2005, e que o Presidente José Eduardo dos Santos deve iniciar urgentemente consultas com as forcas políticas.
Na declaração produzida após o encontro, a oposição solicita ainda a criação urgente de um Conselho Nacional encarregue de da condução de todo o processo eleitoral.
Para tornar célere a criação e o funcionamento do referido Conselho, os partidos políticos da oposição vão propor ao Presidente da República, o nome do futuro Director Geral das Eleições.
Por outro lado entendem que seja uma perda de tempo as consultas bilaterais que o MPLA vem efectuando com alguns partidos.
“As reuniões desencadeadas pelo MPLA não vão permitir o retorno dos deputados da oposição à Comissão Constitucional. Os partidos da oposição reafirmam, no entanto, a importância do diálogo entre todos os partidos e consideram que embora o MPLA além de ser um partido igual aos outros, não tem mandato legal para consultar os outros partidos em nome do senhor Presidente da República”- refere a declaração.
Este pensamento havia sido já avançado pelo líder da UNITA, Isaias Samakuva na abertura da reunião.
“Nós continuamos a manter a posição segundo a qual, o nosso regresso à Comissão Constitucional irá depender da posição de estado que o Presidente da República assumir no sentido de se repor a legalidade democrática e a legitimidade das instituições do estado”.
Esta reunião surge na sequência dos múltiplos encontros dos partidos políticos da oposição e vem dar resposta às iniciativas do MPLA em relação as eleições. DP