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O governo angolano não arquivou em computador


O governo angolano não arquivou em computador o registo de informações pessoais dos cerca de quatro milhões de eleitores em 1992, tendo pelo facto que realizar um novo processo de registo eleitoral. O novo registo não deverá em todo o caso comprometer a realização das segundas eleições gerais.

A questão do desaparecimento dos dados dos registos pessoais de 1992 foi anunciado pelo vice-ministro da Ciência e Tecnologia, Pedro Teta, durante um encontro que serviu entre outros para apresentação da empresa sul-africana ARIVIAKOM, candidata à instalação de um banco de dados.

A novidade de Pedro Teta provocou inúmeras reacções de políticos e demais cidadãos que afirmam ser imperdoável tamanha falha, mas que o governo deve correr atrás do prejuízo com urgência, por forma a que em dois anos se realizem as segundas eleições gerais.

Entretanto, a partir de Lisboa o então director nacional para as Eleições, Onofre dos Santos, desdramatizou aos microfones da Rádio Ecclésia o fenómeno do desaparecimento dos dados, fundamentando não ser novidade para as autoridades a inexistência de arquivos pela forma manual como se processou toda a actividade que envolveu a realização das primeiras eleições gerais.

“Toda a gente sabe que para as próximas eleições terá que ser feito novo registo. Ninguém ia pensar em reconstituir o registo das primeiras eleições que aliás, não foram computadorizadas quer dizer os dados do recenseamento, do registo não foram introduzidos em nenhum computador".

Tudo quanto restou foram os boletins de registo que as brigadas preencheram, como sabe foram mais de quatro milhões e meio de boletins que foram recolhidos em Luanda, tantos quantos foram possíveis na altura, eles foram depositados numa cave de um banco que fica precisamente no mesmo local onde funcionou a comissão nacional eleitoral”.

Onofre dos Santos disse que temendo estragos dos documentos propôs as autoridades a sua remoção e introdução em computadores.

“Durante algum tempo, eu sugeri que se fizesse, até utilizando os alunos das universidades, fazer um estudo com a introdução destes dados em computadores para ver quantas pessoas efectivamente votaram consoante os sexos, a idade, etc. para ter uma noção do colégio eleitoral que elegeu primeiro os deputados e que participou na eleição presidencial, primeira volta.

Mas todos esses esforços acabaram por não se fazer, por serem dispendiosos por um lado e porque seriam incompletos porque não seria possível reconstituir todos os boletins e porque também toda a gente sabia que tinha de haver um novo registo eleitoral.”

Onofre dos Santos diz não haver qualquer novidade nas declarações de Pedro Teta pois não era segredo para as autoridades a inexistência de arquivos com os dados eleitorais e tal como em 1992, o registo eleitoral foi feito em quatro meses o que não põe em perigo a marcação de qualquer data para o novo pleito.

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