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Mandato de captura contra o general Wiranto


Um juiz internacional que faz parte do painel especial para crimes graves em Timor Leste emitiu um mandato de captura contra o general Wiranto.

O mandato segue-se às acusações apresentadas, há sete meses, pelos procuradores-gerais contra o general Wiranto, de que ele era responsável pelos assassinatos, deportações e perseguições levadas a cabo pelas forças de segurança indonésias no período que rodeou a votação pela independência de Timor Leste, há quatro anos.

O general Wiranto, que se encontra desde então na reforma, e é o escolhido do partido Golkar para as eleições presidenciais em Julho. Ele negou as acusações e diz que as suas tropas apenas faziam o melhor para manter a ordem.

Cerca de mil pessoas morreram em Timor Leste quando as milícias, apoiadas e equipadas pelas forças de segurança indonésias, tentaram intimidar as pessoas a votarem no sentido de continuarem a ser parte da indonésia. Quando a tentativa falhou, as milícias levaram a cabo uma campanha destrutiva.

O general Wiranto já tinha sido indiciado, no mês passado, pelos procuradores-gerais, na altura em que o partido Golkar, um dos maiores na Indonésia, lhe dera a nomeação para a presidência. Muitos indonésios continuam a ressentir-se da perda de Timor Leste e acreditam que o general apenas cumpria o seu dever patriótico ao tentar impedir a separação.

Sob grande pressão internacional, a Indonésia levou a cabo a sua própria investigação e julgou alguns indivíduos envolvidos nos actos de violência em Timor Leste. Mas o general Wiranto não era uma das pessoas acusadas pelos tribunais indonésios, e muitos críticos consideraram o processo vergonhoso.

O tribunal especial em Timor Leste conta com o trabalho de acusadores públicos fornecidos pelas Nações Unidas, mas o mandato de captura é apenas válido em Timor Leste, e poderá nunca passar daqui.

O governo leste timorense tem tentado não irritar o seu gigantesco vizinho.

O presidente Xanana Gusmão escreveu cartas aos tribunais indonésios, pedindo clemência para alguns dos indivíduos considerados culpados de crimes cometidos contra Timor Leste.

Os analistas acreditam que o governo de Dili deverá bloquear qualquer tentativa de enviar o mandato de captura, agora emitido, para a Interpol, que teria então de emitir um mandato de captura internacional contra o general Wiranto, o que significaria que poderia ser preso em qualquer altura que saísse de território indonésio.

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