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Na Guine - Bissau realizam-se domingo eleições legislativas - 2004-03-26


Na Guine - Bissau realizam-se neste domingo, dia 28 de Marco, eleições legislativas destinadas a formar um governo democrático após o golpe de estado que derrubou o presidente Kumba Iala em 14 de Setembro de 2003.

Treze partidos políticos e três coligações, entre os quais o PAIGC, liderado por Carlos Gomes Júnior, a Plataforma Unida, de Helder Vaz e o PUSD, de Francisco Fadul, disputarão as eleições legislativas e embora todos as formações políticas afirmam que vão obter a maioria absoluta, o cenário pós -eleitoral mais provável devera implicar a formação de um governo de coligação. De acordo com o correspondente da VOA em Bissau, António Nhaga, dadas as incertezas sobre a votação, varias formações poderão integrar o grupo vencedor.

O deposto presidente Kumba Iala está impedido durante cinco anos de voltar às lides políticas, segundo ficou determinado na Carta de Transição Política, subscrita depois do golpe militar de 14 de Setembro, pelos partidos políticos, pelo Comité Militar para a Restituição da Ordem Constitucional e Democrática, encabeçada pelo general Veríssimo Seabra, e por organizações da sociedade civil. Este impedimento e visto como uma espécie de lei fundamental para recondução a legalidade e a normalidade constitucionais.

O antigo partido único, o PAIGC, parte bem colocado para estas eleições. Dirigido por Carlos Gomes Júnior (Cadogo), dispõe de uma máquina de propaganda muito bem organizada, estando implantado em todas as regiões do pais. O PAIGC esta unificado e paira acima das preocupações étnico - religiosas, pelo que reclama ter a capacidade de dar ordem e estabilidade a um pais que sofreu anos de confusão política. O seu maior contra e a conotação a um regime político que governou a Guine - Bissau durante mais de duas décadas.

Os possíveis aliados pós - eleitorais do PAIGC deverão ser a Plataforma Unida, de Helder Vaz, ou a União Eleitoral de Joaquim Balde, que teve apenas dois por cento dos votos nas presidenciais de 2000. No entanto, agora poderá atrair eleitores muçulmanos pois tem implantação no leste do pais.

A grande incógnita desta eleição será o comportamento do PUSD, de Francisco Fadul, que foi primeiro-ministro no primeiro governo de transição após o conflito militar que levou a queda do então presidente Nino Vieira.

A este propósito falamos com Francisco Fadul a quem perguntámos quais são as suas perspectivas para as eleições de domingo.

Dez observadores internacionais de dez nacionalidades vão presenciar as eleições legislativas de 28 de Marco. Esta já confirmada a presença de 10 observadores do Senegal, quatro da Gâmbia, dois da Rússia, um da Mauritânia e 10 da Organização Internacional da Francofonia, para alem de uma missão da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).

Os Estados Unidos, a Holanda e a Alemanha enviarão diplomatas acreditados em Dacar, mas que não terão o estatuto de observadores.

A sucessão do Presidente da Republica interino da Guine - Bissau, Henrique Pereira Rosa, não esta em causa nestas eleições, prevendo-se que o seu sucessor seja encontrado somente em eleições a terem lugar em 2005, conforme o estipulado pela Carta de Transição Política.

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