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A epidemia global do escândalo financeiro - 2004-03-24


Um relatório divulgado em Londres detalha ”a epidemia global do escândalo financeiro” no uso indevido dos lucros mineiros e energéticos.

A Global Witness faz campanha desde há uma década contra a corrupção no mundo dos negócios dos recursos naturais. Relatórios anteriores centravam-se no negócio madeireiro e diamantífero. O novo relatório examina as operações petrolíferas e mineiras em cinco países, a sua maior parte na Africa sub-sahariana, entre eles Angola e a Guiné Equatorial.

Diarmid O´Sullivan, da Global Witness, disse que Angola é um caso de grande preocupação.

“O pior exemplo é Angola. Qualquer coisa como 1.7 biliões de dólares do dinheiro estatal angolano, na sua maior parte dinheiro do petróleo, não foi encontrado. Agora, se há uma situação em que algo como um em cada 4 dólares não são encontrados e uma em cada quatro crianças morre antes de completar cinco anos de idade, devido a doenças que podiam ser evitadas ou curadas, então temos de facto um enorme problema”.

Palavras de Diarmid O´Sullivan o qual acrescenta que deveriam terminar os pagamentos secretos por parte de companhias internacionais petrolíferas e mineiras, aos governos dos países em desenvolvimento, pelo direito de explorar recursos naturais.

“As companhias petrolíferas e mineiras não declaram o que pagam aos governos, e os governos não declaram o que recebem ou o que fazem com o dinheiro. E o resultado é que encontramos provas fortes de que biliões de dólares não aparecem e em alguns casos podem mesmo estar a enriquecer pessoas relacionadas com esses governos.

O relatório da Global Witness indica que é preciso um esforço multifacetado a nível internacional para combater o problema. E sugere que as firmas sejam obrigadas a declarar os pagamentos feitos aos governos.

Acrescenta ainda que os países ocidentais deveriam usar a pressão diplomática sobre os países em desenvolvimento para pôr cobro à corrupção, e que as instituições financeiras internacionais deveriam deixar de emprestar dinheiro a qualquer país que recuse publicar o dinheiro recebido com os recursos energéticos e mineiros.

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