A UNITA denuncia actos de corrupção e atrasos deliberados no enquadramento dos seus técnicos no sistema nacional de saúde, segundo indica uma nota de imprensa do antigo movimento rebelde.
A UNITA refere ainda no documento que o enquadramento dos técnicos de saúde tem sido marcado também por falhas nos pagamentos salariais e desqualificação no processo de reconversão ao mesmo tempo que denuncia actos de intimidação em algumas províncias como Moxico, Namibe, Cunene e Bié.
Entre os casos relatados, o ex-movimento rebelde cita o do médico João Muteba Tshala, colocado no município do Xangongo, província do Cunene.
Segundo a nota que temos vindo a fazer referência, João Muteba Tshala foi forçado a abandonar o município de Xangongo depois de ter sido invadida e revistada a sua residência por elementos da polícia e dos serviços de segurança, refugiando-se na capital da província.
O documento refere ainda que o acto terá ocorrido durante a sua ausência, antecedido de uma série de ameaças e intimidações.
O secretário da UNITA para a Saúde e Ambiente, Carlos Morgado, manifesta preocupação por estado de situações.
“Isto ocorreu no dia 16 de Março. Ele começou a ser intimidado pelo senhor Taty, que é o administrador municipal e por outros responsáveis do próprio hospital ligados ao MPLA. Esta situação culminou com uma revista a sua casa feita na sua ausência. Todas as coisas foram revistadas, a sua casa foi revistada pela polícia não sabemos porque motivo”- referiu.
Em relação aos actos de corrupção, Carlos Morgado afirmou que no caso concreto de Luanda, têm sido enquadrados muitos técnicos que não são da UNITA em troca de dinheiro.
“Estes técnicos têm sido inseridos porque têm pago a certos indivíduos para fazerem parte deste processo e isto tem criado uma situação muito complicada porque essa gente começa a ser conotada como sendo da UNITA quando muitas vezes são membros de outros partidos políticos, incluindo o próprio MPLA”- acrescentou.
O processo de integração dos quadros da UNITA no sistema nacional de saúde ocorre ao abrigo ao Protocolo de Lusaka e do Memorando de Entendimento do Luena.
Dos mais de nove mil técnicos de saúde provenientes das matas foram integrados no sistema de saúde 4600 quadros.