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Os riscos de um grupo terrorista construir e fazer explodir uma bomba nuclear - 2004-03-11


Especialistas em armas nucleares consideram reais os riscos de um grupo terrorista construir e fazer explodir uma bomba nuclear.

Aumentaram as preocupações sobre a proliferação nuclear, na sequência da confissão pelo cientista paquistanês Abdul Qadeer Khan de ter vendido ao estrangeiro planos e materiais para armas nucleares.

A dimensão deste mercado negro nuclear preocupa muitos observadores, incluindo especialistas da Agencia Internacional de Energia Atómica, o organismo das Nações Unidas que opera no sentido de impedir a disseminação das armas nucleares.

Embora a Líbia, o Irão e a Coreia do Norte já tenham sido envolvidos no escândalo, Melissa Fleming, directora das relações publicas da agencia da ONU, precisa que a instituição está preocupada que outras entidades, incluindo grupos terroristas, possam ter adquirido aquela tecnologia.

Melissa sublinha ser particularmente perturbadora a venda das características da bomba, pois se um grupo terrorista vier a apoderar-se de material nuclear, poderá ser extremamente perigoso. Mesmo sem os planos, a construção de uma bomba nuclear está ao alcance de qualquer grupo que tenha tempo e dinheiro.

O físico nuclear paquistanês, Pervez Hoodbhoy indica que a ciência que se encontra na base da construção de uma bomba já não é secreta como outrora.

Este especialista acentua que as considerações de ordem física são especialmente fáceis, necessitando apenas de um estudante com o curso adequado. A confecção está ao alcance de um grupo de 15 a vinte pessoas, e um prazo de um ou dois anos. A principal dificuldade que coloca aos terroristas reside em encontrar urânio ou plutónio no grau correcto.

Felizmente que nenhum destes materiais ocorre na natureza, e os especialistas estão de acordo que a manufactura exige uma base industrial fora do alcance até de algumas nações.

Hoodbhoy salienta que o plutónio e o urânio enriquecido podem ser obtidos como sub produtos das centrais de energia nuclear, ou a partir de ogivas nucleares de mísseis que tenham sido desactivadas. A mesma fonte acrescenta que as nações da antiga União Soviética encontram-se entre os potenciais fornecedoras de materiais para uma bomba.

Saber como a Rússia e outros estados nucleares mantém tais materiais fora do alcance de mãos perversas é algo difícil de saber como salienta a chefe das relações publicas da Agencia Internacional de Energia Atómica. No sentido da segurança de tais materiais aquela agencia coopera com os países membros da ONU para fiscalizar casos suspeitos de proliferação.

Embora a cooperação seja forte, ainda existe espaço para melhorias, principalmente na circulação de informação obtida pelos serviços secretos. As iniciativas internacionais para a salvaguarda de materiais para armas não constituem apenas o factor que limita a possibilidade de um ataque nuclear terrorista.

O físico ambiental, Fred Singer, precisa que seja muito difícil aos grupos terroristas construir uma arma pequena que possa ser introduzida num país. Para que seja possível disfarçar a bomba numa simples mala, é necessário ser altamente eficiente, muitíssimo mais difícil do que construir uma bomba que possa ser colocada num camião.

Os potenciais bombistas teriam de construir a bomba, elemento por elemento, nas proximidades do objectivo, aumentando assim as possibilidades de serem descobertos.

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