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Independentista cabinda foi condenado - 2004-03-02


Arthur Tchibassa o independentista cabinda foi condenado a 24 anos e 5 meses de prisão, considerado culpado pelo rapto em 1990 do técnico de aviões americano, Brent Swan, na altura a trabalhar para a Chevron. Da mesma forma o juiz condenou-o a pagar cerca de 300 mil dólares à família Swan pelos danos morais e económicos sofridos.

Tchibassa foi preso em 2000, na República Democrática do Congo, numa operação do FBI e das autoridades locais. Contra ele, e os outros três membros da FLEC-R (ex-FLEC-PM) pendia um mandato de captura emitido pelo Distrito de Columbia em 1991.

Na audiência, antes de conhecer a sentença, Tchibassa pediu desculpa em seu nome e do povo de cabinda a Brent Swan pelo que ele sofreu com o rapto. E disse saber o que é estar privado de liberdade, que é como o povo de cabinda tem vivido, e como tem vivido os últimos 19 meses na prisão. Mas repetiu, várias vezes, que não fora organizador ou executor do rapto de Swan, que nem fazia na altura parte da facção que o raptou (a FLEC-PM, pois pertencia à FLEC-FAC), e que oferecera somente os seus préstimos como negociador.

Da mesma forma repetiu ser contra a tomada de reféns para avançar a causa de Cabinda. ”Desde 1977 que percebi que para obter a liberdade do povo de Cabinda só pela via diplomática e política,” disse o independentista acrescentando que, contudo, os que tinham Swan em seu poder tinham posição contrária e que levou dias para os convencer do erro e do golpe que o rapto poderia constituir para a causa Cabinda. ”Não sou um homem fanático, mas sou um homem responsável.”

Tchibassa sem mencionar quaisquer nomes referiu que durante a década de 90 esteve em contacto com várias representações diplomáticas americanas, europeias e africanas, onde ”a minha reputação é boa.” Brent Swan fez um curtíssimo depoimento, mas em que equiparou Tchibassa a um terrorista. Disse Swan: ”os terroristas não vencerão. Vivam livres ou morram.”

De referir que Tchibassa foi sentenciado tendo como base a lei de 1990. Caso o tivesse sido com a lei agora vigente, poderia ter sido sentenciado a prisão perpétua, uma vez que, em consequência dos ataques de 11 de Setembro, o caso cairia na alçada de crimes terroristas.

Ao anunciar a sentença, o juiz Hogan referiu que ”quaisquer que sejam os méritos do argumento político (a causa da liberdade para o povo de Cabinda)” Tchibassa foi considerado culpado, com provas esmagadoras que provaram o seu envolvimento no rapto de Swan, pelo qual ele tinha que ser responsabilizado. A sentença afirmou o juiz ”é apropriada para a acção...um aviso para os que raptam americanos,” e que os privam da vida e da liberdade.

O advogado de defesa, David Bos, nomeado pelo próprio tribunal tem agora 10 dias par recorrer da sentença. E segundo nos disse vai apelar tendo como base alguns erros durante o processo e o facto de ter sido impedido de chamar uma testemunha que a acusação recusou convocar e que teria confirmado, segundo ele, o papel de Tchibassa. O processo de apelos poderá arrastar-se por dois a três anos.

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