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As Populações da Região Senegalesa de Casamance


As populações da região senegalesa de Casamance, têm vivido sob a ameaça de guerra e de violência há quase três décadas.

Uma rede de rádios comunitárias em Casamance promove a paz e o desenvolvimento entre uma população que está cansada e frustrada.

Uma viagem até Casamance apresenta uma região de beleza extraordinária. Praias de areia branca estendem-se ao longo da costa e florestas tropicais estendem-se para o interior.

Na zona sudoeste do Sudoeste do Senegal a economia floresceu, sendo considerada o celeiro do país – uma área onde a agricultura prosperou e os turistas acorriam, mas isso foi há quase trinta anos atrás.

Hoje em dia, sob uma imagem plácida, trata-se de uma região afectada por surtos de violência, ataques e assassínios políticos, interceptada com períodos de calma relativa.

Aqui, as populações são afectadas pelo conflito mais longo da África Ocidental. Desde 1982, o antigo partido político e partido separatista, o Movimento das Forças Democráticas de Casamance tem combatido contra o governo.

Atab Bodian é o director executivo de um grupo de Mediação, formado na sequencia do surto de violência na inicio dos anos oitenta.

Bodian sublinha a existência de uma cultura de desentendimento entre dois grupos – os provenientes do norte, e aqueles que são naturais da mesma região.

As populações locais encontram-se frustradas por as suas terras terem sido entregues a estrangeiros – aqueles que não são originários de Casamance.
Bodian adianta que Casamance normalmente não tem problemas, mas alerta para não os provocarem e não retirarem as suas terras.

Existem mais de vinte grupos étnicos espalhados pelo Senegal. Noventa e cinco por cento são muçulmanos e o grupo étnico maioritário é o Wolof. Em Casamance a população é essencialmente cristã e da etnia Diola.

Em 2004, o grupo de assistência World Education, inaugurou a primeira de nove rádios comunitárias, que se encontram espalhadas por Casamance transmitindo debates culturais, sociais e políticos nas línguas locais.

Abdou Sarr é o director da rádio comunitária Projecto para a Paz e o Desenvolvimento, sediada na capital da região, Ziguinchor.

Sarr refere que o Senegal é um país de diálogo e a rádio é importante por corresponder à sua história como sendo uma sociedade oral.

Nas rádios, as pessoas são livres de expressar a sua cultura e possibilitar que os outros compreendam essa cultura.

A diversidade cultural de Casamance é mais evidente do que no resto do país. A riqueza e a vitalidade das culturas é fundamental. As comunidades exigem a manutenção das suas tradições, por que em muitas áreas foram perdidas.

Desde o inicio da guerra, o Centro de Controle de Deslocados Internos avalia entre dez e setenta mil tiveram de fugir das suas residências. Suspeita-se que existam minas terrestres em mais de duas centenas de aldeias de Casamance.

As populações fugiram para outras áreas da região e para os países vizinhos, tal como a Gâmbia e a Guiné Bissau, e as identidades culturais tem sido ameaçadas.

Em 2004 foi assinado o ultimo acordo de paz entre o Movimento das Forças Democráticas de Casamance e o governo senegalês, tratado que teve pouca duração. Os confrontos voltaram a irromper em Setembro passado.

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