Os rebeldes somalis do al-Shabab anunciaram uma proibição das operações de ajuda do Programa Alimentar Mundial (PAM), que já se encontravam suspensas em território controlado pelos rebeldes desde o princípio do ano devido a exigências "inaceitáveis" dos militantes islâmicos. Um diplomata americano disse que o al-Shabab e não os Estados Unidos é quem está a "politizar" a ajuda ao país.
Em Janeiro, o PAM anunciou o fim da ajuda alimentar a áreas controladas pelo al-Shabab depois de o grupo ter exigido, entre outras coisas, que todos os alimentos fossem adquiridos localmente e que a organização das Nações Unidas pagaria duas vezes por ano uma taxa de 20 mil dólares aos militantes.
No domingo, o grupo rebelde anunciou a proibição formal da ajuda do PAM, afirmando que a assistência alimentar destrói a vida dos agricultores locais. O al-Shabab acusou também a agência das Nações Unidas de "cobrir" motivos políticos.
O PAM insiste que as suas operações não têm motivos políticos. De acordo com o PAM, perto de metade da população da Somália vai precisar de ajuda alimentar até ao final do ano.
Há duas semanas, o coordenador humanitário das Nações Unidas para a Somália, Mark Bowden, aumentou as críticas contra os Estados Unidos, o maior doador dos programas de ajuda à Somália, afirmando haver uma "politização" dos Estados Unidos para com a Somália.
Mas o embaixador dos Estados Unidos no Quénia, Michael Ranneberger, que actua também como o oficial regional americano para a Somália, acusou o al-Shabab de fazer política com as necessidades humanitárias das populações, notando a proibição decretada pelo al-Shabab de ajuda alimentar oriunda dos Estados Unidos no seu território.
Os Estados Unidos contribuíram este ajuda nas entregas alimentares pelo PAM nas áreas do norte da Somália que não estão sob controlo dos rebeldes.
Funcionários das Nações Unidas disseram que os financiamentos do ano passado para operações humanitárias na Somália foram muito abaixo das necessidades orçamentais. Os funcionários acrescentaram que as contribuições dos Estados Unidos para as operações de ajuda das Nações Unidas diminuíram mais de metade em 2009 em relação aos anos anteriores.
