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Quénia: Boicote de Odinga às Reuniões do Gabinete


O Partido do Primeiro Ministro queniano, Raila Odinga declarou um boicote das reuniões do gabinete, mas Odinga disse estar confiante que a disputa de poder possa ser resolvida pacificamente.

Um colaborador próximo do Primeiro-ministro Odinga anunciou que o Partido da Laranja, na oposição, vai boicotar as reuniões de gabinete até que seja resolvida a disputa com os seus parceiros no governo.

No âmbito do acordo de partilha de poder, alcançado no rescaldo das eleições violentas de 2008,o Presidente Mwai Kibaki e o Primeiro-ministro Odinga devem conjuntamente chefiar o governo do país, através de uma distribuição equitativa de poder. Todavia, as tensões entre os dois lados persistiram, embora duma forma que tem permitido a estabilidade do governo, até agora.

Porém, na segunda-feira, um adjunto do Primeiro-ministro anunciou o que considerava como sendo uma crise no seio do governo de unidade, devido ao facto do Presidente Kibaki ter anulado duas exonerações ministeriais, impostas pelo Primeiro-ministro Odinga. Os dois titulares, que não são aliados do Primeiro-ministro, foram acusados de corrupção e doutras práticas escandalosas e embaraçosas.

Na terça-feira, um conselheiro do Presidente Kibaki acusara o partido de Odinga de ter ostensivamente criado a crise numa tentativa para desestabilizar o país. O conselheiro constitucional do Presidente Kibaki disse aos jornalistas que considerava a disputa como sendo apenas um pretexto para outros motivos políticos:

"Algumas pessoas do conselho do primeiro-ministro fazem-no por ignorância…não servem os interesses do nosso país…são eles os responsáveis desta crise….quando ostensivamente fomentam uma crise, fazem-no de acordo com um plano bem organizado, que começou há três semanas…todos nós sabemos que Kofi Annan foi convidado para resolver uma disputa no Quénia, muito antes que esta existisse…muito antes de haver aqui uma disputa."

O Primeiro-ministro Odinga deslocou-se para uma visita ao Japão na noite antes do seu adjunto ter declarado a existência da crise no pais. Falando aos jornalistas em Tóquio, Odinga disse estar confiante que a coligação vá saber resolver pacificamente a contenda.

Na violência eleitoral de 2008 morreram mais de 1.200 pessoas, ficando desalojadas centenas de milhar de outras. Analistas afirmam que a nação que desde há muito foi considerada como sendo bastião de estabilidade e calma, continuará altamente susceptível à instabilidade, se o governo de unidade entrar em colapso.

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