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Criminosos de Guerra: Aproximação Maputo-Kigali


Armando Guebuza mandou ao Ruanda a sua ministra da Justiça, Benvinda Levy, que apresentou em mão ao chefe de Estado ruandês uma carta do presidente moçambicano com o objectivo de tentar esclarecer a situação de alegados criminosos ruandeses em Moçambique, uma posição que tem vindo a ser sustentada pelo governo de Kigali.

A notícia de que estariam em Moçambique e em outros países da região Austral de África alguns dos supostos autores do genocídio cometido há mais de 15 anos no Rwanda, começou a circular com mais intensidade no mês passado.

Nessa altura, responsáveis ligados à administração da justiça ruandeses foram citados a apontar o dedo acusador aos governos de Maputo, Lusaka e Lilóngwe a quem Kigalí acusava de nada estarem a fazer para ajudar na captura e extradição de tais indivíduos.

E, agora, como resposta, o Presidente Moçambicano, Armando Guebuza, enviou a Ministra da Justiça.

Benvinda Levy esteve esta segunda-feira na capital ruandesa. Uma deslocação de um dia, suficiente para ser recebida pelo Chefe de Estado, Paul Kagame, e pelo Ministro Ruandês da Justiça.

Durante os encontros, a governante moçambicana entregou uma mensagem do estadista moçambicano e repetiu a vontade expressa pelo Executivo do seu país em colaborar com os ruandeses, deixando claro que tal colaboração terá de ser feita sempre dentro da lei, do espírito das regras e procedimentos internacionais.

Terá de haver um acordo de extradição, como referiu o Chefe da Diplomacia Moçambicana, Oldemiro Balói, que se pronunciou sobre o assunto, falando esta quarta-feira a jornalistas em Maputo.

O ministro moçambicano dos Negócios e Cooperação, Oldemiro Balói, em declarações à imprensa, à margem da cerimónia de entrega de cartas credenciais de alguns embaixadores, acreditados em Moçambique.Um dos Embaixadores é pecisamente o do Ruanda. Ignatius Kamali deveria ser acreditado hoje pelo Presidente da República, mas o seu governo pediu para adiar a cerimónia.

O chefe da diplomacia moçambicana associa tal decisão às mudanças no executivo ruandês.

Mas, Oldemiro Balói pensa também que o processo de conversações em torno da possibilidade do estabelecimento de um acordo de extradição entre os dois paises teve influência no pedido formulado pelo executivo de Kigali.

O genocídio perpetrado maioritariamente contra cidadãos da etnia tutsi aconteceu em 1994, no Ruanda, e resultou na morte de cerca de oitocentas mil pessoas.

E há, em vários países africanos, milhares de cidadãos de nacionalidade ruandesa que fugiram da guerra étnica que fustigou aquele país da região dos Grandes Lagos.

Um desses países é Moçambique que tem um campo de refugiados em Maratane, arredores da cidade nortenha de Nampula, e que acolhe pessoas oriundas de diversas partes do continente africano.

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