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Zimbabué: ZANU PF em Congresso


A Zanu PF iniciou esta quarta-feira um dos mais importantes congressos da sua história partidária desde que chegou ao poder aquando da independência do Zimbabué em 1980.

Muitos dos delegados da Zanu PF indicaram desejar decidir quem irá suceder ao presidente Robert Mugabe que vai fazer oitenta e seis anos de idade em Fevereiro próximo.

Os delegados provinciais da Zanu PF convergiram para Harare para o congresso que se realiza de cinco em cinco anos para decidir da liderança do partido.

Este encontro partidário decorre quase um ano após a Zanu PF ter perdido, pela primeira desde a independência, a maioria parlamentar. O presidente do Zimbabué Robert Mugabe recebeu menos votos no sufrágio presidencial do ano passado do que o líder do MDC Morgan Tsvangirai, que desistiu da segunda volta do sufrágio argumentando com a violência exercida contra os seus apoiantes.

A Zanu PF e o Movimento para a Mudança Democrática constituíram desde então um governo de unidade com Tsvangirai a ocupar a posição de primeiro-ministro.

Os delegados da Zanu PF sustentam que a batalha para a sucessão de Mugabe vai incidir entre a vice-presidente Joyce Mujuru e o ministro da Defesa Emmerson Mnangagwa.

O acordo político do governo de unidade indica que compete a um membro da Zanu PF suceder a Mugabe como chefe de estado quando abandone o cargo ou morra antes de novas eleições. O Zimbabué não terá novas eleições até que seja adoptada uma nova constituição, o que pode demorar dois anos.

A secretária da juventude da Zanu PF para a província de Harare, Tendia Wenyika, prevê que o congresso será agitado e que a maioria das pessoas deseja uma decisão sobre a sucessão de Mugabe.

Segundo ela em congressos anteriores e nas conferências nacionais, a questão da sucessão foi aquilo que denominou de assunto tabu.

No entanto, adianta que Mugabe está demasiado velho para poder continuar por muito mais tempo, e que a sua permanência provocou fractura no seio do partido.

Entretanto, o presidente sul-africano Jacob Zuma, que integra a troika de mediadores está de novo em Harare o que acontece pela segunda vez nas últimas duas semanas.

Os mediadores vão avistar-se com Mugabe e Tsvangirai para tentar resolver os pontos pendentes do acordo político que levou ao frágil governo de unidade.

Charles Ngakula do Congresso Nacional Africano.

"Estamos a acompanhar as negociações em curso. O nosso principal objectivo é de nos informarmos sobre o que se passa e apresentámos a Zuma um relatório".

As questões pendentes incluem as nomeações feitas por Mugabe de funcionários públicos após a assinatura do acordo político sendo a principal queixa de Mugabd a de que o Ocidente mantenha sanções contra ele.

A equipa de medianeiros de Zuma vai apresentar um relatório de progresso à Comunidade de Desenvolvimento da África Austral que serviu de garante do acordo político.

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