Mais de 400 angolanos residentes na República Democrática do Congo (RDC) foram repatriados pelas autoridades congolesas nas últimas horas para a província do Zaire, norte de Angola.
A medida das autoridades de Kinshasa surge num contexto de resposta às operações de repatriamento de milhares de congoleses por parte de Luanda, nomeadamente de garimpeiros ilegais nas diamantíferas províncias das Lundas, Norte e Sul.
Segundo números do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados em Luanda, na RDC estão ainda cerca de 100 mil angolanos que procuraram no país vizinha protecção durante os 27 anos de guerra civil, entre 1975 a 2002, em Angola.
O Governo de Kinshasa tinha estabelecido um prazo limite para os cerca de cinco mil angolanos a viver na cidade de Boma saírem do país de livre vontade, que expirou na segunda-feira.
O repatriamento compulsivo de angolanos foi-nos confirmado a instantes por um refugiado angolano, na vizinha Republica Democrática do Congo.
De realçar que durante uma semana, o posto fronteiriço de Massabi, que liga a região de Ponta Negra, no Congo-Brazaville, e a província angolana de Cabinda, esteve encerrado por decisão congolesa e também em retaliação pela expulsão de Angola de centenas de cidadãos deste país que se encontravam em Cabinda ilegalmente.
A fronteira de Massabi foi reaberta depois de um encontro entre o vice-ministro das Relações Exteriores angolano, George Chicoty, e o embaixador congolês (Brazzaville) em Luanda, Jean Baptiste, na semana passada, em que ambas as partes se disseram apostadas na busca de uma solução tranquila e legal para o problema.
