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Aumentam os Confrontos em Casamança


O sul do Senegal está a sofrer alguns dos piores confrontos armados dos últimos anos, com a guerra entre separatistas rebeldes e forças governamentais a aumentar de intensidade. As lutas deixaram deserta uma pequena localidade rural, enquanto agricultores vêem-se forçados a deixarem as suas culturas ao abandono devido a preocupações de segurança.

Cerca de 200 manifestantes concentraram-se esta semana na cidade de Ziguinchor defronte da sede do governo provincial de Casamança, alguns deles empunhando cartazes onde se podia ler "Estamos Cansados da Guerra".

A maioria dos manifestantes é residente de Diabir, uma pequena localidade a 15 quilómetros de Ziguinchor. Diabir está actualmente praticamente deserta, depois dos seus residentes a terem abandonado devido a um aumento dos combates entre o exército senegalês e membros do movimento rebelde separatista conhecido pelo Movimento das Forças Democráticas de Casamança (MFDC).

A luta faz parte de um dos mais longos conflitos em África. O conflito principiou em 1982, quando separatistas do MFDC lançaram uma rebelião contra o governo senegalês.

Um acordo de paz foi alcançado em 2004, mas desde o último mês a área tem assistido a alguma da pior violência desde 2002. Na semana passada, rebeldes mataram um soldado senegalês. Em retaliação um avião militar senegalês bombardeou posições do movimento rebelde.

A luta tem afectado os agricultores locais, que foram obrigados a deixar ao abandono as suas culturas devido a violência, como disse o professor primário Thierno Diallo.

"Estamos na época das chuvas. E as pessoas deviam estar nas suas propriedades a tratar das terras e agora será muito difícil para eles trabalharem no campo."

Os manifestantes em Ziguinchor pediram ao governo para enviarem militares para a área para protegê-los de bandidos e rebeldes.

Na manifestação, um membro das forças armadas senegalesas, que recusou identificar-se, disse que estavam a fazer tudo para proteger as populações de Casamança.

Esta semana, o presidente do Senegal, Abdoulaye Wade, prometeu continuar com os esforços de paz na região. Mas acrescentou que a paz tinha sido alcançada quando o seu governo assinou o acordo de paz em 2004 com o MFDC.

Quando a luta em Casamança começou há mais de 25 anos, famílias na região viram-se obrigadas a deixar as suas casas. Mas nos últimos anos, começaram a regressar a região, onde a principal fonte de receita assenta na agricultura.

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