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Gabão: Paris Desmente Envolvimento no Sufrágio


No Gabão, os confrontos que ocorreram após a disputada eleição presidencial reflectem não apenas a revolta pelo sufrágio de Agosto – que proclamou Ali Bongo vencedor – como ainda contra a antiga potência colonial.

Paris desmente qualquer envolvimento no sufrágio, mas os confrontos colocam novas questões sobre o que mudou – e aquilo que se manteve na mesma - no que diz respeito ao relacionamento da França com as suas antigas colónias.

Denominam isso de França África … uma França historicamente próxima … que os críticos consideram demasiadamente próxima – o relacionamento com as suas antigas colónias africanas, e por vezes com os homens fortes de África e os regimes não democráticos. Poucos laços têm sido tão próximos como os da França e o Gabão, particularmente durante a longa presidência de Omar Bongo.

Bongo faleceu em Junho, e a semana passada as autoridades gabonesas anunciaram que o seu filho – o antigo ministro da defesa Ali Bongo – tinha saído vencedor do sufrágio presidencial para o suceder.

O anúncio provocou violentos protestos. Os apoiantes da oposição pilharam lojas e confrontaram-se com as forças de segurança. Afirmavam que as eleições tinham sido fraudulentas, mas a sua ira foi igualmente dirigida contra a França por alegadamente ter apoiado o jovem Bongo.

Os manifestantes incendiaram o consulado francês e atacaram as instalações da empresa petrolífera Total. Manifestaram-se irritados com a França por não ter feito nada para evitar que Ali Bongo tivesse usado a sua influência e riqueza para vencer o sufrágio presidencial.

O ministro dos estrangeiros francês Bernard Kouchner condenou a violência, tendo sublinhado que o governo de Paris estava pronto a assistir se necessário, os nacionais franceses – incluindo no repatriamento.

No inicio da semana o governo francês anunciara que o presidente Nicolas Sarkozy tinha enviado uma carta de parabéns a Ali Bongo pela sua vitória. As autoridades francesas desmentiram terem desempenhado qualquer papel no resultado eleitoral.

O presidente Sarkozy chegou ao poder em 2007 tendo prometido romper com os laços tradicionais da França com África, e que a França iria apoiar os governos democraticamente eleitos.

Todavia Robert Bourgi, uma individualidade muito próxima de Sarkozy afirmou a uma rádio francesa que o Bongo mais velho e outros dirigentes africanos tinham pressionado Paris a retirar um responsável de que não gostavam do papel que tinha no relacionamento com as nações em desenvolvimento.

Bourgi destacou que o presidente Sarkozy tinha respondido dizendo que aquela entidade ´iria dentro em pouco deixar o cargo`.

Não se sabe se é correcta a descrição de Bourgi sobre o assunto, embora aquele funcionário tenha abandonado o cargo.

No que diz respeito ao Benin, o Mali, a Madagáscar e à Costa do Marfim, o relacionamento com Paris desenvolve-se de uma forma mais saudável, mas os problemas continuam com o Gabão.

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