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Nigéria: Cessar-fogo Unilateral


Na Nigéria o mais proeminente grupo militante começou a observar 60 dias de cessar-fogo unilateralmente decretados, na sequência da libertação do seu líder, Henry Okah.

De facto, a libertação de Henry Okah, detido em Angola e extraditado no inicio de 2008, para a custodia das autoridades judiciais nigerianas, impunha-se como a principal exigência do Movimento para a Emancipação do Delta do Níger, MEND, para a cessação imediata das hostilidades contra a industria petrolífera nigeriana.

A declaração unilateral de cessar-fogo do MEND está a ser encarada como um importante impulso aos esforços do presidente nigeriano, Umaru Yardua na resolução do conflito naquela conturbada região da Nigéria.

Aquele grupo militante tem vindo a se bater, por uma mais equitativa partilha, das receitas provenientes dos recursos petrolíferos da região do Delta do Níger, rica em petróleo, com as populações locais.

O petróleo e o gás são por conseguinte a principal exportação do país contribuindo em mais de 90 por cento para as receitas do estado federal da Nigéria, por sinal a mais populosa nação africana, com 140 milhões de habitantes.

Omon Irabor, activista dos direitos humanos, com vínculos a região do Delta do Níger é da opinião que a Nigéria deveria convocar uma conferência nacional da soberania, um fórum do qual sairiam contribuições precisas a solução da problemática de partilha equitativa dos recursos nacionais.

"Sentados a uma mesa e conversando. É isso que chamamos de conferência de soberania nacional, uma conferência nacional sobre as etnias e nacionalidades. Conviria definir os termos dessa conferência, que nos permitiria viver em comunhão. E quais seriam os termos e as condições a essa vivencia em harmonia? O que pretendemos fazer? Tu trazes a tua fruta, e eu trago o óleo. Tu trazes o cacau e eu, o arroz. E descubramos uma forma de partilha-los, de forma harmoniosa."

Em Junho ultimo as autoridades federais nigerianas concederam a amnistia a 60 militantes do Delta do Níger, acusados de responsabilidades nos ataques contra os oleodutos e as instalações petrolíferas, para alem do rapto de trabalhadores das companhias petrolíferas estrangeiras que operam na região, estes libertados mediante o pagamento de resgates.

Por conseguinte, o governo federal nigeriano estima que mais de 20 mil militantes possam vir a ser abarcados pelo programa de amnistia, em vigor até o próximo dia 4 de Outubro.

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