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Somália na Agenda da Cimeira da OUA


A declaração recente do estado de emergência na Somália coloca a situação do seu país num estatuto especial na agenda da Cimeira da UA em Adis Abeba, esta semana, havendo notícias que indicam que os líderes africanos não excluem uma intervenção militar directa na Somália numa tentativa para enfrentar a crise.

A rápida sucessão dos acontecimentos na Somália coloca a região do chamado Corno de África num estatuto especial de urgência na agenda da Cimeira da UA. Após ter proclamado o estado de emergência, a semana passada, o vice-primeiro- ministro da Somalia, Sharif Hasan Sheikh Adan, chegou de avião à capital da Etiópia, Adis Abeba, a fim de apresentar aos líderes etíopes e da UA o seu caso, solicitando o seu apoio militar.

A Etiópia retirou as suas tropas da sitiada capital somali, Mogadixo, no princípio do ano, manifestando, desde já, a relutância em assumir a defesa militar da capital da Somália, que não seja sob condição de um apoio incondicional da comunidade internacional.

A força pan-africana de manutenção da paz, de cinco mil homens, a AMISOM, afirma-se sobrecarregada, além de não estar mandatada para se defender contra uma eventual ofensiva do grupo islamista radical, al-Shabab, que tenta impôr a Sharia, a lei islâmica estrita, a um país de observância islâmica moderada.

O vice-primeiro-ministro somali calcula que cerca de dois mil combatentes estrangeiros se encontrem na Somália, dando o seu apoio ao grupo al-Shabab.

Falando através de um intérprete, Sharif Hasan Sheikh Adan, disse que o presidente da Somália, Sheikh Sharif Sheikh Ahmed, iria solicitar aos líderes da Cimeira em Tripoli reforços urgentes, assim como um mandato mais amplo e robusto as forcas de manutenção de paz pan-africanas, a AMISON, na luta contra os rebeldes: "Torna-se necessário um mandato mais amplo para as forças de manutenção de paz, devendo ser armadas à maneira das forças governamental de forma a poderem defender-se a si próprias."

O vice-primeiro-ministro Adan disse que um voto de confiança da cimeira iria também dar maior estímulo aos Somalis que desperadamente necessitam de maior confiança nas suas próprias forcas nacionais, mal equipadas para enfrentarem os assaltantes estrangeiros islamistas de linha dura: "Necessitam igualmente de um apoio moral, de uma visão positiva acerca do seu próprio governo quanto a sua capacidade de os estar a defender. Há forças que nos protege, mas necessitamos também do incentivo da comunidade internacional"

Por sua vez, o Comissário da Paz e Segurança da UA, Ramtane Lamamra, foi citado como tendo afirmado que aquele organismo continental oferece o seu total apoio ao pedido de assistência da Somália, tendo afirmado a agência noticiosa PANA que os chefes de Estado iriam considerar varias hipóteses, entre as quais o apelo a intervenção militar directa dos Estados amigos da região, na Somália.

Tanto o Quénia como a Etiópia, estão a considerar a referida intervenção militar. O ministro dos Negócios Estrangeiros queniano foi citado como tendo afirmado que as forças armadas do seu país se encontram em alto estado de alerta devido a actual tensão na vizinha Somália.

Em reconhecimento da seriedade da crise somali, os Estados Unidos confirmaram, a semana passada, que estão a enviar reforços em armamentos ao governo somali, intensificando, ao mesmo tempo, a sua ajuda humanitária a Somália. Um porta-voz do Departamento de Estado disse que o apoio monetário iria ajudar o governo somali a defender-se contra os assaltos dos extremistas que prejudicam os seus esforços para trazer a paz ao país.

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