O presidente Barack Obama prepara-se para proferir o seu há muito aguardado discurso ao mundo muçulmano, durante uma visita esta semana ao Egipto. Obama persegue activamente um diálogo com os muçulmanos após décadas de relações conturbadas.
A procura para um diálogo começou no dia da sua tomada de posse.
"Ao mundo muçulmano, vamos procurar um novo caminho, baseado no interesse e respeito mútuos", disse.
E essa ideia intensificou-se em Abril durante um discurso no parlamento turco, ao afirmar:
"Os Estados Unidos
não estão e nunca estarão em guerra com o Islão."
Foi uma breve, mas importante, referência as relações com a vasta comunidade muçulmana proferidas no final de um discurso sobre as relações entre os Estados Unidos e a Turquia.
Agora o presidente Obama vai expandir o tema num discurso aos muçulmanos proferido no coração do mundo árabe.
O objectivo do discurso é simples: mudar o tom do relacionamento e aliviar anos de frustração e desconfianças pela guerra no Iraque e o impasse no processo de paz do médio Oriente.
James Zogby, director do Instituto Árabe Americano em Washington DC, disse detectar mudanças nas atitudes dos árabes para com a América desde que o presidente Obama tomou posse.
"A direcção é positiva e pode continuar a ser positiva. Mas ele tem de enviar a mensagem."
Zogby disse que os árabes aguardam que o presidente Obama fale de assuntos críticos, começando com o conflito árabe-israelita.
Nos últimos dias, Obama encontrou-se com destacados líderes árabes e israelitas. Mas os seus assessores advertiram contra a ideia de se esperar grandes novas propostas no discurso.
Mas enquanto o presidente Obama se prepara para embarcar no Air Force One, as palavras serão decisivas numa altura em que procura arrefecer a retórica e entra numa nova era nas relações entre os Estados Unidos e os muçulmanos em todo o mundo.
