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Coreia do Norte Vai Julgar Jornalistas Americanos


A Coreia do Norte indicou que vai apresentar no próximo mês em tribunal duas jornalistas dos Estados Unidos sob a acusação de entrada ilegal e o que classifica de actos hostis.

As duas jovens repórteres foram capturadas em Março passado próximo da fronteira da Coreia do Norte com a China, e a agência de notícias estatal precisa que o julgamento vai ter inicio no dia quatro de Junho.

Foi com um texto lacónico publicado pela agência de notícias oficial, que a Coreia do Norte notificou o mundo de que vai levar a julgamento no próximo dia 4 de Junho, Euna Lee e Laura Ling.

Militares norte coreanos detiveram em Março as duas americanas, quando captavam imagens na zona de fronteira da Coreia do Norte com a China. As duas jornalistas trabalhavam para uma empresa sediada em São Francisco denominada "Current TV" organização fundada pelo antigo vice-presidente Al Gore. Tencionavam realizar um documentário sobre as dificuldades enfrentadas pelos refugiados norte coreanos, em particular as mulheres.

Pyongyang indicou que uma investigação interna tinha confirmado os crimes alegadamente cometidos pelas duas jovens, que incluem entrada ilegal bem como aquilo que a Coreia do Norte descreve como actos hostis contra o país. Segundo varias estimativas uma possível sentença – se forem condenadas – vai desde uma pena de dez anos numa cadeia ou trabalhos forçados.

A quase totalidade dos analistas em Seoul considera a detenção das duas jovens no contexto em que a Coreia do Norte poderá estar a planear usá-las para obter vantagens diplomáticas junto dos Estados Unidos.

Yun Duk-min, um analista do Instituto de Assuntos Estrangeiros e Segurança Nacional, sustenta que Pyongyang esta nitidamente a tirar vantagem da situação.

Yun considera que as jornalistas dos Estados Unidos são basicamente como reféns. Destaca que a Coreia do Norte lançou o mês passado um míssil de longo alcance e desde então alertou para a eventualidade de efectuar um segundo teste nuclear. Ainda segundo ele ao acusar as jornalistas constitui uma medida mais visando Washington.

A Coreia do Norte retirou-se das conversações multi partidas destinadas a acabar com o seu arsenal de armas nucleares e recusa-se a entrar em qualquer diálogo com a Coreia do Sul.

O Norte expulsou, o mês passado, os inspectores nucleares e indicou planear reprocessar material nuclear para utilização em armamento.

Yun Dae-gyu um professor em Seoul da Universidade de Estudos Norte Coreanos, sugere que as acusações contra as duas jovens fazem parte de uma agenda mais ampla.

Ele descreve o incidente como sendo um julgamento apenas no nome, destacando que constitui essencialmente uma questão política. Destaca que a Coreia do Norte poderá libertar as duas jornalistas após ter a certeza absoluta da forma como os Estados Unidos venham a reagir.

Muitos especialistas acreditam que Pyongyang deseja conversações directas apenas com os Estados Unidos – de preferência na modalidade de um enviado de alto nível que visite a Coreia do Norte.

Neste contexto, o Norte poderá vir a utilizar as duas jovens como moeda de troca para extrair o máximo possível de concessões diplomáticas por parte de Washington.

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