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Novos Confrontos na Capital da Somália


Um dia após violentos combates envolvendo grupos islâmicos a favor e contra o governo, terem morto dezenas de pessoas.

Pelo quinto dia consecutivo, rebeldes islamitas de linha dura trocaram tiroteio com tropas governamentais e milícias pró governamentais.

Os rebeldes dispararam morteiros contra o palácio presidencial e atacaram uma base das tropas da União Africana, provocando um número indeterminado de mortos.

Os confrontos que tiveram inicio na passada quinta feira, foram os mais violentos a que Mogadíscio já assistiu em várias semanas, fazendo com que a actividade na capital ficasse praticamente paralisada. Testemunhas referem que os confrontos causaram ferimentos em quase 200 pessoas e levaram a maior vaga de pessoas a deixar a cidade desde o inicio deste ano.

Os rebeldes islamitas das milícias Shabab e Hizbul Islam trocaram fogo de metralhadora e de morteiro com soldados governamentais e milicianos pró governamentais. Os confrontos concentraram-se no norte da cidade, e ontem domingo um morteiro atingiu uma mesquita, matando pelo menos 14 pessoas.

O ministro da Informação somali, Farhan Mohamoud, desmentiu as afirmações de que al-Shabab assumiu o controlo de vários pontos da cidade, incluindo o estádio nacional, o ministério da Defesa e uma esquadra da polícia, e responsabilizou combatentes estrangeiros pela violência.

"Grupos que se opõem a paz atacaram bases governamentais e centros sociais somalis, acrescentando que os rebeldes desejam entregar o país a estrangeiros."

Acrescentou que os somalis e a comunidade estrangeira devem compreender que os dirigentes dos combatentes são estrangeiros.

Al-Shabab em particular, tem laços com a rede terrorista al-Qaida, e os governos ocidentais tem manifestado preocupação com o facto de terroristas estrangeiros utilizarem a Somália, a maior parte da qual sob controlo da al-Shababa, como santuário.

O governo somali tem o apoio internacional mas possui pouco controlo no terreno. Sob a presidência de Sharif Sheikh Ahmed, um islamita moderado e um antigo dirigente rebelde, o governo tem tentado reconciliar-se com as outras facções islamitas, mas prometeu adoptar uma posição dura, na medida que os rebeldes continuam a realizar ataques.

Um dirigente al-Shabab, Dheere Mohamoud indicou que o governo se encontra hipotecado aos apoiantes internacionais.

"Os meios de informação referem que os confrontos são entre combatentes islâmicos, disse ele, mas isto está errado. Regista-se entre combatentes islâmicos e apóstatas que trabalham para as tropas do Uganda e do Burundi que ajudam os governos americano e ocidentais. O seu objectivo e o de erradicar os muçulmanos da Somália."

Quatro jornalistas ficaram feridos quando uma granada de morteiro atingiu um edifício onde Mohamud dava uma conferência de imprensa.

Cerca de quatro mil e 300 elementos de pacificação do Uganda e do Burundi encontram-se instalados na capital, mas sem pessoal suficiente, tem tido pouco êxito em conter a violência, tornando-se cada vez mais um alvo para os rebeldes, particularmente desde que as tropas Etíopes retiraram do país em Janeiro passado.

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