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Eleições Sul-Africanas


Na África do Sul vão ter lugar eleições presidenciais no próximo dia 22 de Abril, com a particularidade do ANC, para além dos partidos tradicionais da oposição, ir defrontar uma nova formação constituída por dissidentes seus.

Desde 1994 que o ANC e o mais poderoso partido politico sul-africano, tendo obtido mais de 70 por cento dos votos nas eleições de 2004. Alguns analistas duvidam que o ANC consiga repetir aquela percentagem nas eleições presidenciais de 22 de Abril, mas acreditam que o histórico partido emerja vitorioso, com uma maioria significativa.

Prevê-se que o líder do ANC, Jacob Zuma, venha a ser eleito o próximo presidente da África do Sul, sucedendo ao seu colega de partido, Kgalema Motlanthe.

Zuma, no entanto, tem a sua imagem manchada por alegações de corrupção relacionadas com um negócio de armas no valor de muitos milhões de dólares. Investigadores disseram que o provável futuro presidente sul-africano recebeu "luvas" de um fabricante de armas francês, mas essas acusações foram-lhe retiradas, com base de que houve "interferência política" na investigação judicial.

Partidos da oposicao condenaram a decisão, argumentando que o governo interferiu no poder judicial do pais para garatir que Zuma escapasse das acusacoes criminais.

A campanha para as presidenciais de 22 de Abril tem sido caracterizada por intensa rivalidade – e algumas vezes hostilidade aberta – entre o recem-formado Congresso do Povo (COPE) e o ANC.

No ano passado, alguns destacados membros do ANC abandonaram o partido para formar o COPE, em grande parte como protesto contra a liderança de Jacob Zuma no ANC.

O ANC diz que se Zuma for eleito presidente, como se espera, e se mais tarde for considerado culpado de criminalidade, será retirado do cargo.

Em 2005, o antigo conselheiro financeiro de Zuma, Schabir Schaik, foi condenado a 15 anos dse prisão por ter feito pagamentos corruptos ao líder do ANC.

Partidos da oposição e muitos sul-africanos manifestaram ultraje pela recente libertação de Schaik da prisão, com base de que estaria doente numa fase terminal. Os opositores do ANC dizem que isto e uma prova de que o partido governamental e os seus membros se consideram acima da lei e de que há uma lei na África do Sul para o ANC e outra para o resto do pais.

Mas médias sul-africanos descobriram provas de que Schaik sofre de "hipertensão" e não de uma doença terminal e que fez uma oferta para a compra de uma casa de luxo, antes de ser libertado da prisão, uma acção invulgar de um homem as portas da morte, dizem os partidos da oposição.

Existem provas de um aumento da classe media negra na Africa do Sul e de desenvolvimento em áreas anteriormente carentes do pais, mas os partidos da oposição dizem que muitos sul-africanos continuam a viver em terríveis condições, sem agua potável, electricidade ou uma casa condigna.

Mas o secretário-geral do ANC, Gwede Mantashe, diz que o seu partido melhorou as vidas dos sul-africanos desde que começou a governar o pais há 15 anos.

"Em 1993, quando estava na administração da ESKOM, apenas 40 por cento dos sul-africanos tinham acesso a electricidade; hoje 80 por cento dos sul-africanos tem acesso a electricidade", disse.

Mantashe acrescentou que 88 por cento dos sul-africanos tem agora acesso a agua potável – um numero disputado pelos opositores do ANC, que afirmam que e muito mais baixo.

Mas Mantashe insistiu que o ANC persegue a sua promessa de combater a pobreza na África do Sul.

"Foram construídas três milhões e 100 mil casas. Dois milhões e 700 mil dessas casas foram dadas de graça a pessoas pobres. E por isso que quando se faz uma analise da pobreza na África do Sul, quando se fala de rendimento pessoal, vemos um declínio. Mas quando vamos a pobreza familiar, ela foi reduzida dramaticamente porque tem havido uma vasta serie de ofertas sociais", afirmou.

Contudo, apesar das estatísticas do secretário-geral do ANC e a sua insistência de que a vida melhorou para a maioria dos sul-africanos sob a liderança do seu partido, manifestações violentas contra as mas condições de vida continuam a acontecer em varias partes do pais.

Os partidos da oposição afirmam que uma das razoes para não votar pelo ANC e o que muitos vem como o fracasso do governo de estancar o crime violento, com assassínios, roubos a mão armada e violações e tornarem-se factos do dia a dia para os sul-africanos.

Mas o secretário-geral do ANC assim não entende e diz que a responsabilidade pelo combate ao crime não depende apenas do Estado e das forcas de segurança, mas também de todos os sul-africanos.

Mantashe sugere também que o índice elevadod e crime na África do Sul e muitas vezes reflexo da eficiência do governo do ANC em fornecer estatísticas actualizados sobre o crime.

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