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O Filme do Sequestro e libertação de Richard Phillips


A operação da marinha de Guerra Americana, no domingo, para libertar o comandante Richard Phillips, ao longo da costa da Somália, foi a segunda vez que a força militar foi utilizada, na semana passada, para libertar reféns depois de negociações com os piratas do mar terem fracassado.

O governo somali do presidente Sharif Sheik Ahmed manifestou satisfação pela operação de salvamento, afirmando a jornalistas que o resultado envia um sinal claro aos criminosos de que as suas actividades não serão toleradas pela comunidade internacional.

A operação lançada pela marinha americana pôs termo a um drama no mar alto que se arrastava há mais de quatro dias e que começou, na quarta-feira, quando piratas somalis tentaram apoderar-se de um navio de contentores americano, que navegava a cerca de 450 quilómetros da costa da Somália.

A tripulação americana do "Alabama" dominou os piratas e retomou controlo do navio. Mas, os piratas fugiram numa baleeira, levando consigo como refém o comandante Richard Phillips. A baleeira ficou sem combustível no dia seguinte, tendo ainda assim exigido um resgate de dois milhões de dólares para libertar o comandante Phillips e a garantia de que os piratas poderiam regressar em segurança a terra.

Um contra-torpedeiro americano chegou ao local, tendo sido iniciadas conversações com os piratas para a libertação do comandante com a ajuda do FBI. Na sexta-feira, o comandante Phillips saltou da baleeira em que se encontrava prisioneiro para a água numa tentativa de fuga a nado, mas foi rapidamente recapturado pelos piratas.

No sábado, encontravam-se já na área, junto à baleeira, três navios de guerra americanos. Os sequestradores ameaçaram matar o comandante, se fossem atacados. Elementos mais velhos dos clãs somalis intervieram na esperança de pôr termo ao sequestro, tentando negociar a libertação do refém, sem que fosse pago um resgate, garantindo, em contrapartida, que os três piratas não fossem presos.

De acordo com militares americanos, o presidente Barack Obama deu autorização para que comandos da marinha recorressem à força militar, se a vida do comandante Phillips estivesse em risco. No domingo, quando um dos piratas mantinha a sua metralhadora apontada contra Phillips, atiradores especializados da marinha de guerra americana abriram fogo, abatendo os três piratas.

Na semana passada, o governo francês também tentou negociar com outros piratas somalis a libertação de um iate francês, que tinha sido capturado no dia 4 de Abril, fazendo reféns vários adultos e uma criança de três anos de idade.

Na quinta-feira, tropas francesas tomaram de assalto o iate, matando dois piratas, prendendo outros três. O proprietário do iate foi morto durante a operação que foi lançada quando as conversações com os piratas fracassaram.

O perito em questões da Somália, Afyare Elmi, da Universidade de Alberta, no Canadá, afirma estar em crer que os piratas irão tentar vingar-se pela morte dos seus companheiros. Disse Elmi: "Não há necessidade de nos preocuparmos sobre que clãs somalis irão faze-lo porque nenhum dos clãs condena moralmente o que os piratas têm vindo a fazer. O que poderemos logicamente esperar aqui é que os próprios piratas se podem tornar mais agressivos nos seus futuros ataques, podendo ser particularmente mais duros em relação aos países que eles entendam ser mais agressivos em relação a eles.

Elmi afirma que o problema da pirataria na Somália requer soluções políticas e económicas, não uma solução militar. A Somália é um dos mais pobres países do mundo e não tem um governo funcional há mais de 18 anos.

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