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G20 vs. BRIC


Líderes das vinte nações mais desenvolvidas estão em Londres esta semana para tratar sobre diversos assuntos, mas com foco na crise mundial. Quatro das economias em desenvolvimento querem representar um papel mais importante neste encontro.

Durante muitos anos, os chamados BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China – desempenharam papéis secundários na economia mundial. Contudo, os analistas afirmam que a crise financeira mudou esse cenário.

A China, que se espera ter um crescimento de 8 porcento neste ano, tem estado bem activo na defesa do reconhecimento económico do país. O ministro dos negócios estrangeiros chinês disse que o G-20 deve reconhecer a voz do mundo em desenvolvimento.

"A reforma das organizações financeiras internacionais tem feito progressos substanciais, especialmente na melhoria da representação da voz dos mercados emergentes. Por isso, nós temos debater as necessidades específicas".

Com uma estimativa de 1 trilião de dólares em títulos dos tesouros e outras obrigações americanas, o objectivo da China é bem claro: estabilizar o dólar.

Pequim propôs uma nova moeda global para dar fim a dominância do dólar. Propostas similares também foram feitas pelo presidente da Rússia, Dmitri Medvedev.

Porém, Michael Pettis, professor de negócios da Universidade de Pequim, disse ser improvável que tais ideias ganhem força.

"Parece haver uma recusa real em parte da China em reconhecer a possibilidade de que o país é parte fundamental do desequilíbrio. E eu penso que isso irá criar um grande conflito, pois será difícil resolver tais assuntos".

No outro lado do mundo, o Brasil segura a posição da economia mais forte na América Latina. Especialistas dizem que o sucesso do país na agricultura e produção de combustíveis feitos de cana-de-açúcar dão grandes oportunidades ao Brasil de expressar opinião em assuntos ligados a agricultura.

Comércio é o que mais interessa à Índia no encontro do G20. O secretário indiano dos negócios estrangeiros, Shivshankar Menon, tem como missão lutar contra barreiras comerciais entre os países.

"Nós temos visto um forte crescimento no que se trata de proteccionismo, e certamente há muito mais procura de medidas proteccionistas em diversas economias, e isso é algo que sentimos que no encontro se poderá combater".

Apesar das nações do BRIC estarem aptas a discutir assuntos de comércio mundial, os economistas dizem que uma massiva explosão de pacotes de estímulo em muitos países do G20 irá dominar as discussões. Somente a China já gastou perto de 600 biliões para estimular a sua economia.

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