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Cheias em Angola Preocupam ONU


O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação Humanitária (OCHA) refere a ocorrência de chuvas excessivas que provocam enormes problemas e o caos na vida e sobrevivência de milhares de pessoas em sete países da África Austral. As regiões afectadas são as zonas sul e centro de Angola, norte da Namíbia, a maior parte da Zâmbia, sudoeste de Madagáscar, o norte de Moçambique, o norte e o sudoeste do Malawi, e o norte do Botsuana.

Segundo a OCHA as zonas mais duramente atingidas são Angola e a Namíbia, que enfrentam as piores cheias desde 1963. A agência refere que em Angola morreram até agora 21 pessoas, havendo cerca de 200 mil outras afectadas.

O número dos afectados e dos mortos poderá aumentar quando os voluntários da ONU chegarem às zonas que estão actualmente inacessíveis devido às inundações.

Números oficiais indicam que há mais de 3,200 casas destruídas, bem como mais de 100 escolas. Escolas e outros edifícios públicos estão a ser usados como abrigos dos desalojados. Pelo que não há aulas.

Elizabeth Byrs, porta-voz da OCHA, disse à Voz da América que se regista em todas as províncias angolanas uma grande destruição de culturas e reservas alimentares. E os níveis de subnutrição poderão agravar-se nas próximas semanas.

"Em Angola, as inundações e os elefantes, que também são afectados pelas cheias, destruíram cerca de 180 campos de cultura, que estavam já quase prontos para a ceifa. Os animais estão a procurar outros locais onde se sintam seguros."

Quanto à Namíbia, as Nações Unidas e outras agências de ajuda lançaram um apelo de emergência de 2 milhões e 750 mil de dólares para apoio imediato às cerca de 350 mil pessoas afectadas pelas inundações naquele país.

A OCHA refere que as inundações mataram, na Namíbia, 92 pessoas e desalojaram cerca de 13 mil outras. Nas zonas afectadas pelas chuvas torrenciais mais de metade das estradas estão danificadas o que dificulta a movimentação das pessoas para, entre outras coisas, procurarem assistência médica e se deslocarem aos mercados.

A porta-voz da OCHA acrescenta que há agora uma crescente preocupação com a situação no Zimbabué, onde as chuvas torrenciais poderão agravar a situação epidémica de cólera.

"Desde Setembro do ano passado até 26 de Marco registaram-se no Zimbabué cerca de 6,624 casos de cólera. E se a situação tinha melhorado, receamos agora que devido às chuvas, ela se volte a agravar."

As previsões não são encorajadoras. As chuvas torrenciais deverão continuar a cair nas próximas semanas. A persistente situação de temperaturas do mar mais quentes que o normal na zona do Oceano Índico é propicias à formação de tempestades tropicais como ciclones, e inundações súbitas.

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