Links de Acesso

Rússia Continua a Suspeitar da NATO


Numa altura em que se prepara para festejar os 60 anos da NATO persistem as suspeitas da Rússia acerca da organização. Moscovo não está apenas irritada pelo facto da NATO ter aceitado como membros os antigos estados satélites da antiga União Soviética, mas também pelo facto de estar numa aliança de expansão com a Ucrânia e a Geórgia, dois países com os quais a Rússia tem fronteiras comuns.

A 5 de Marco, os ministros dos negócios estrangeiros da NATO concordaram em reatar as relações com Moscovo, depois da suspensão que se seguiu ao conflito entre a Rússia e a Geórgia de Agosto passado. O embaixador russo Dmitiri Rogozin saudou a nova decisão considerando-a como positiva.

Mas, a Rússia continua prudente com a NATO. Moscovo está particularmente preocupada com a possibilidade da Geórgia e da Ucrânia poderem vir a integrar a Aliança Atlântica.

Quando ainda presidente, o actual primeiro-ministro russo, Vladimir Putin ameaçou em apontar os seus mísseis nucleares à Ucrânia, se a NATO colocasse mísseis naquele país. Putin tinha igualmente ameaçado suspender as relações com a indústria militar ucraniana que depende em grande parte de contractos assinados com a Rússia

Putin afirmou que a Rússia iria pensar no caso da Ucrânia juntar-se a NATO, e como deverá agir no caso de isso trazer algum gasto financeiro para a Rússia.

Por seu turno o secretário-geral da NATO, Jaap de Hoop Scheffer no seu discurso a 12 de Março em Praga durante o aniversário da entrada da Republica Checa, Polónia e Hungria na Aliança, disse que o alargamento continua a ser a estratégia da Aliança Atlântica para a consolidação de uma Europa como espaço indivisível, democrático e seguro. É claro disse ele, que a relação NATO-Rússia é demasiadamente importante para estar bloqueada por questões de alargamento, ou por questões de mísseis de defesa, ou por questões a respeito do Kosovo, ao mesmo tempo".

Mas estas questões são importantes aos olhos de Moscovo. O analista militar Pavel Felgenhauer descreve a Rússia como um Estado autoritário que procura obter vantagens através de pressões sobre a NATO e os Estados Unidos. Diz ele que a ameaça ao reforço das operações no Afeganistão é uma das formas do poderio russo.

Um dos exemplos da pressão russa é a recente ajuda financeira de dois mil milhões de dólares ao Quirguistão. Esta assistência é largamente vista como a razão pela qual o governo quirguízio decidiu encerrar a base militar americana no país.

Moscovo tem igualmente lançado uma intensa campanha de propaganda contra o anunciado sistema de defesa anti-míssil americano na Europa Central, apesar das garantias dos presidentes Bush e Obama de que ele tem como alvo o Irão e não a Rússia.O presidente Obama deixou claro que está a procura de um melhor relacionamento com a Rússia, mas não a custa dos aliados da NATO.

Altos responsáveis americanos, russo e da NATO têm afirmado que ambos os lados podem cooperar sobre questões de interesse mútuo, que incluem a proliferação nuclear, o terrorismo internacional, a pirataria e o trafico de drogas.

XS
SM
MD
LG