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Quénia – Kibaki Critica Ministros


O Presidente do Quénia, Mwai Kibaki, de 76 anos de idade, tem a reputação de se manter afastado dos conflitos dentro da classe política queniana, enquanto os ministros do seu gabinete trocam acusações mútuas de corrupção ou incompetência. Kibaki apenas ocasionalmente se dirige ao público queniano, limitando-se, mesmo nessas alturas, a temas de carácter geral que tocam o interesse nacional.

Mas na terça-feira, por ocasião da sua visita à região ocidental país, Mwai Kibaki censurou membros do seu gabinete, algo que é muito raro.

O presidente queniano ameaçou demitir ministros que não estejam satisfeitos com os seus postos no governo, criticando ainda outros ministros que se mantêm em silêncio durante as reuniões de gabinete "sem dizerem nada" disse "mas que mais tarde criticam o governo em comícios."

O Partido da Unidade Nacional, de Mwai Kibaki, partilha o poder no actual governo com o Partido do Movimento Democrático da Laranja, o ODM, do Primeiro-ministro Raila Odinga, nos termos assinados pelos dois lados na sequência da controversa eleição presidencial, à qual se seguiram violentos distúrbios políticos e étnicos, no país.

No princípio do mês, os líderes do ODM queixaram-se que o partido do Presidente Mwai Kibaki recusava partilhar o poder duma forma equitativa, exigindo que o acordo seja renegociado. Pouco depois, o presidente convocou uma conferência de imprensa em que, em vez de responder às queixas da oposição, tal como se esperava, fez uma declaração contra a notícia que indicava que ele tinha uma segunda mulher.

O episódio foi largamente debatido na imprensa queniana, que acusou Mwai Kibaki de não ser realmente imparcial, e estar apenas interessado em questões de carácter pessoal, negligenciando os desafios que o governo enfrenta. Mwai Kibabi pareceu tomar em conta as críticas da imprensa em declarações que faria mais tarde.

Recentemente, surgiu uma desavença entre a Ministra de Justiça, Martha Karua, e o Procurador-Geral da Republica, Amos Wako, num caso em que esteve envolvido também o Ministro da Agricultura, William Ruto, aliado do Primeiro-Ministro, Raila Odinga, acusando o Ministro da Agricultura de corrupção na distribuição de cereais dos Estados Unidos.

Embaixador americano, Michael Ranneberger, anunciou que os Estados Unidos emitiram ordens proibindo um alto responsável queniano de se deslocar aos Estados Unidos, devido a situação no Quénia. Especulações no Quénia centram-se na figura de William Ruto, bem como no ministro da Energia Kiraitu Murungi, suspeito de envolvimento num escândalo petrolífero e envolvido em anteriores escândalos de corrupção.

O advogado e analista político Evans Mwaniki partilha da opinião do enviado americano, sublinhando terem-se levantado suspeitas respeitantes à distribuição dos carregamentos de cereais dos Estados Unidos.

"Não foi dada uma explicação apropriada sobre a questão. O governo americano tem toda a razão em tomar a medida que tomou."

Todavia, Embaixador Ranneberger disse que a proibição não se baseia no escândalo de cereais apenas, mas em causas múltiplas de corrupção.

Os Estados Unidos emitiram ordens similares visando outras entidades oficiais do governo queniano durante a anterior administração do Presidente Mwai Kibaki.

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