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Guiné-Bissau: CEDEAO Quer Rápida Resolução da Crise


Em Bissau a situação tinha regressado hoje à normalidade depois do assassinato na segunda-feira do presidente Nino Vieira. Os estabelecimentos comerciais e os bancos reabriram as suas portas e diminuiu o número dos postos de controlo. Os líderes do exército guineense afirmam que o assassinato foi obra de um pequeno grupo de militares.

O comandante da marinha Zamora Induta afirmou por outro lado que o assassinato de Nino Vieira não estava relacionado com o assassinato do seu rival o chefe do estado-maior o general Tagme Na Waie e afastou a ideia de um golpe de estado. Entretanto o vice-ministro português dos negócios estrangeiros deslocou-se hoje e Bissau para conversações com os dirigentes civis e militares guineenses.

Também uma delegação da comunidade económica da África Ocidental, CEDEAO, se deslocou a Bissau, chefiada por Mohamed Ibn Chambass o seu secretário executivo. À sua chegada Chambass, afirmou: "a região deseja que a legalidade constitucional seja rapidamente restabelecida". O responsável da CEDEAO acrescentou ainda que é necessário que a Guiné-Bissau ultrapasse rapidamente esta crise, " o objectivo desta visita é o de assegurar que exista uma sucessão constitucional na Guiné-Bissau e que o país possa ultrapassar rapidamente os infelizes acontecimentos dos últimos dias".

Chambass acrescentou que até agora os líderes regionais se sentem encorajados com o respeito do primado da lei pelos militares guineenses e com a decisão do governo de criar uma comissão de investigação do assassinato do presidente e do chefe do estado-maior: " não podemos simplesmente ignorar e fingir que não se trataram de crimes horrendos. Tal seria premiar a impunidade e nós temos o dever de combater a impunidade".

Por seu lado, o presidente daquela organização regional, o presidente nigeriano Umaru Yaradua afirmou que a frágil situação política na Guiné-Bissau foi ainda mais enfraquecida pelos dois assassinatos. Recordamos que a Guiné-Bissau se transformou numa importante placa giratória de grupos de traficantes de drogas latino-americanos que usam o país como ponto de passagem da sua mercadoria ilícita para a Europa.

Trata-se também de um país com um historial de tensões étnicas entre a maioria balanta que controla o exército e a minoria papel que conseguiu proeminência política através do presidente Nino Vieira. Várias centenas de pessoas da etnia papel já atravessaram entretanto a fronteira com o Senegal temendo represálias dos balanta depois do assassinato do general Tagme Na Waie.

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