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História dos Negros na América


Entre os capítulos menos celebrados da História dos Negros na América está a sua participação activa dos Afro-Americanos no movimento para a ocupação pacífica, militar e comercial das terras do oeste pelos aventureiros e mais colonos vindos dos estados da costa atlântica para o interior.

O termo - chave aqui é o que os Americanos chamam "the West', o "0este", que coincide com o que a historiografia americana dos séculos passados chamava já de sua "Fronteira" termo que, a um tempo, se tornou de uso quase exclusivo nos corredores académicos da América popularizado sobretudo pelos escritos do historiador de Wisconsin, famoso por isso, Jackson Turner, na década dos 90 do penúltimo século quando disse que a verdadeira interpretação do carácter nacional americano se devia procurar não nas treze colónias originais da costa atlântica mas na sua fronteira, ou seja na vastidão das terras do oeste, subsequentemente ocupadas pelos colonos que de qualquer das formas afluíam aquelas terras enquanto outros intelectuais americanos consideravam a própria corrida para as terras do oeste como sendo um"destino marcado" que a providencia patenteava a América e que esta não tinha mais do que aceitar e cumprir esta a ideia do"Manifest Destiny" fora atirada ao palco do interesse nacional americano por um jornalista, John O.Sullivan - em 1845 - destino da América para se estender e ocupar o espaço ilimitado das terras do interior tal como já dizia um dos Founding Fathers, John Adams, que cantava, também ele, as riquezas dos espaços abertos, as riquezas ilimitadas das planícies, montanhas e vales do oeste que a providencia divina legara a nação americana.

Fronteira, não no sentido politico do termo, já se vê, mas coisa como do direito romano "terra nulius primi capientis" - terra de ninguém, propriedade do primeiro ocupante, o Índio esse posto de parte para todos os efeitos, na sua própria terra desde o inicio deste processo, mas mais simbolicamente depois da chamada Batalha de Wounded Knee (de 1890) quando toda a oposição dos aborígenes ao influxo persistente de estranhos nas suas terras foi abandonada, palavra da história.

São estas as terras do oeste (the West) terras do destino providencial da América que desde logo, sobretudo desde o século dezoito se tornaram no teatro privilegiado dos famosos cowboys, para sempre famosos nos filmes do Hollywood, numa corrida de homens e mulheres, brancos e negros, para a posse da terra e de tudo o mais, no oeste.

É verdade, brancos e negros. É o nosso argumento aqui. Neste mês dedicado a História dos Negros na América, é caso para recordar, palavra de ordem que define em grande parte as contribuições dos Afro-Americanos ao desenvolvimento desta nação, que também é sua, a aposta nacional da corrida para as terras do 0este.

Alguns dos momentos mais notórios da participação do Negro na empresa nacional da expansão para as terras do oeste coincidem - a titulo de exemplo - podem-se citar a guerra de 1812, entre a Inglaterra e as suas ex-colónias, devido precisamente a posse das terras do 0este, tendo como pano de fundo a escravatura que a Inglaterra em aliança com os Índios da fronteira sul do Canada, tentava impedir que se estendesse para alem das terras da demarcação entre aquela então colónia inglesa e os territórios americanos mais para o sul.

Os Afro-americanos participaram também - mais a titulo de exemplo - no famoso comércio de peles no Território do Missouri, onde se distinguiram génios tais como, George Washington Bush, verdadeira historia, sem alusões e outros tantos Negros envolvidos também eles nas caravanas que abriram os trilhos dos do Oregon, Kansas, Arizona, entre outros e mais a ocupação do Texas e do Oklahoma, muito notoriamente aqui o Oklahoma, onde negros escravos afluíam a busca da liberdade que lhes escapava no cativeiro dos estados sulistas da sua escravatura, fixando-se ali em liberdade, no Oklahoma, até serem desalojados pelos chamados "Sooners" - catervas de aventureiros - seus antigos proprietários que para ali se precipitavam, sedentos também eles de novas terras, não obstante ordens contrarias. Daí o seu cognome que a história não esqueceu, "Sooners", uma herança das mais indeléveis que os Negros americanos - ainda escravos - legaram a nação americana de hoje assim como convêm dize-lo o substrato da mistura entre o negro e o índio, os chamados "black Indians", índios negros, produto híbrido desta era de debandada colectiva, do branco e do negro, escravo ou liberto para o "0este" (the West) a fronteira de sonhos de antanho.

E singularmente, como esquecer? Por exemplo, Jean-Baptiste Pointe du Sable a quem se atribui a fundação de Chicago, Illinois, que Lincoln e Obama tornaram já tão famoso, e de Pio Pico, governador que foi, algum tempo da Califórnia na década dos 40 de 1800.

História de que o Negro na América se pode orgulhar com igual direito.

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