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Galinha à Cafreal e Cinema à Moçambicana


Se a cozinha africana raramente merece menção em jornais americanos, na semana passada a cozinha moçambicana foi alvo de uma reportagem no Washington Post.

A reportagem no suplemento semanal de cozinha e receitas desse jornal versava não só um prato típico moçambicano mas umdos seus ingredientes essenciais: O Píri Píri.

O repórter do Washington Post Andreas Vistad publicou a reportagem sobre esse ingrediente titulada "O Prazer Está na Dor" que era acompanhada de uma foto a três colunas de dezenas de píri píris e acompanhada também de uma receita daquilo que todos os moçambicanos conhecem bem: galhinha à cafreal ou na versão anglófona galinha píri píri.

Vistad escreveu que quando viajava em Moçambique notou um aspecto particular de como cozinhar a galinha à píri píri.

"Quando vendedores de rua ou cozinheiros em restaurantes preparam esse prato nacional eles esfregam a galinha com quantidades generosas de píri píri seco ou fresco, escreveu o repórter que descreve depois como "grande parte do píri píri cai depois no carvão em brasa o que envolve o local numa espécie de fumo de pimenta que contudo não serve para afastar ninguém".

"Pelo contrário dá à galinha um sabor delicioso de piri piri fumado" acrescentou.

A receita da galinha à piri piri foi acompanha por seu turno de uma receite de molho piri piri e de uma foto na galinha aberta ao meio e na brasa.

Cinema à Moçambicana

Stephanie Hanes do CS Monitor na sua deslocação a Moçambique escolheu não a culinária mas o cinema. Ou melhor pequenas casas com uma televisão onde se paga para ir ver um DVD geralmente fabricado na China ou Nigéria numa indústria de pirataria cinematográfica que alimenta agora esses cine-dvd em África.

Na sua reportagem escrita da vila da Gorongosa em Moçambique Stephanie Hanes escreveu que a cidade "centro de um distrito de cerca de 95.000 pessoas, na maior parte agricultores de subsistência, tem mais de 20 pequenos cinemas, um número que poderá surpreender aqueles que esperam palhotas e cabritos nas ruas mas que para os residentes é algo de normal e também não é surpreendente para os peritos".

Os tais cinemas são pequenos locais com cinco ou seis bancos corridos e uma televisão. Os donos desses locais cobram o equivalente a cerca de 40 cêntimos americanos e as casas estão abertas todo o dia. Os donos desses cines - DVDs deslocam se regularmente à Beira para ali comprarem novos títulos. É algo que alimenta a tal indústria de filmes pirateados. Stephanie Hanes diz que na Nigéria há mais de 1.000 fábricas copiam ou pirateiam filmes para DVDs distribuindo-os depois por toda a África. Estão em concorrência com piratas cinematográficos da China

África Central Continua a Sangrar

A guerra na África central, mais particularmente no Congo voltou também na semana passada a estar em relevo na imprensa americana. Jina Moose do Christian Science Monitor escreveu uma reportagem datada de Ruhengeri no Raunda sobre a recente ofensiva militar do Ruanda contra rebeldes Hutus no Congo. Essa ofensiva resultou já na rendição de centenas de rebeldes e também no regresso ao Ruanda de civis que estavam sob o controlo dos rebeldes.

Noutra zona do Congo mais ao norte populações foram apanhadas pela violência de uma ofensiva do exército do Uganda contra os rebeldes do chamado Exército de Libertação do Senhor. Esses rebeldes fugiram para o Congo onde numa área junto à fronteira com o Sudão têm sido acusados de cometerem massacres e atrocidades contra as populações locais.

Jeffrey Getleman do New York Times deslocou se à localidade de Faradje onde a população local sem poder contar com o apoio do governo ou as forças da ONU estacionadas mais para o sul se estão a defender com todos os meios que podem. Escreveu Gettleman que "um confronto terrivelmente desigual pode estar prestes a desenrolar-se neste pedaço de terra isolado do nordeste do Congo".

"Milhares de camponeses adolescentes e os seus pais estão a armar-se com catanas, fisgas, machados e espingardas de fabrico caseiro para no mato confrontarem um bando de assassinos experientes.," escreveu Getleman.

"Esses camponeses usam tambores para comunicarem entre si. Fazem patrulhas à noite em rotação. Vários membros destas forças de auto – defesa já foram mortos e no passado recente do Congo a formação de milícias locais só levou a um derramamento de sangue ainda maior e abusos ainda maiores. Mas aqui neste local a população sente que não tem outra opção" acrescentou.

Na reportagem "Armados com Pouco Mais do que Coragem e Dispostos a Defender a Sua Aldeia Sagrada" o repórter do New York Times disse que recentemente mais de 150 pessoas foram massacradas pelos rebeldes ugandeses nessa zona.

É tudo neste África na imprensa americana


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