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Mauritânia: Dirigentes Militares Rejeitam Exigencias da União Africana


Na Mauritânia os líderes militares levam avante o plano de novas eleições em Junho, apesar de sanções da União Africana que exigem o retorno do governo civil.

O conselho militar no poder diz que a solução proposta para o país é irreversível.

O governo militar mauritano anunciou que a decisão da União Africana em impor sanções ao seu país, ignora todo quanto os militares fizeram para melhorar a situação do país, depois da deposição do primeiro presidente eleito em Agosto passado.

O Secretário-geral da junta militar no poder, o coronel Ahmedou Bemba Ould Baye disse que o caminho que os militares escolheram para a Mauritânia é irreversível. Ould Baye disse que as sanções não apenas põem em causa o que considera de "desenvolvimentos positivos" desde o golpe do ano passado, como também a vontade dos militares em trabalhar para o retorno da ordem constitucional.

O Conselho de Paz e Segurança da União Africana instruiu na semana passada os Estados membros para o corte de relações e embargo aos membros civis e militares do governo de Nouakchott. A medida foi tomada depois do líder militar o General Mohamed Ould Abdel Aziz ter ignorado o prazo para a reinstalação do presidente deposto Sidi Ould Cheikh Abdallahi.

O ministro das comunicações Mohamed Ould Meine disse que as sanções não vão mudar nada na Mauritânia porque o governo já se comprometeu em organizar novas eleições em Junho. Disse ainda, estarem em curso registos eleitorais e uma sessão extraordinária da Assembleia Nacional para a nomeação de uma comissão eleitoral independente, e ainda, para alterar a constituição de forma a permitir que os militares possam concorrer as eleições.

O deputado Sid Ahmed Ould Ahmed que é favorável ao actual poder, diz-se chocado com a decisão da União Africana.

Ahmed disse que as sanções da União Africana não levam em consideração a libertação do ex-presidente Abdallahi pelos militares e os passos que têm dado para resolver a crise através de novas eleições. Considera por isso as sanções como claramente contra a Mauritânia.

A União Africana suspendeu a Mauritânia logo a seguir ao golpe de estado e recusou a permissão a uma delegação do governo militar em participar na cimeira pan-africana da semana passada na Etiópia.

Líderes da oposição e membros do governo deposto estão também contra as sanções.

O porta-voz do ex-presidente Abdallahi disse por sua vez que as sanções são contraproducentes e que elas levarão a um embargo internacional o que poderá complicar a situação social. A União Africana está a propor as Nações Unidas para que colabore na aplicação das suas decisões.

Seyid Ould Mohamed Vadel um engenheiro mauritano receia que as decisões da União Africana tenham impactos económicos.

Vadel diz que a suspensão da ajuda internacional logo a seguir ao golpe tornou mais difícil a situação social. Ele diz que a persistência desta acção poderá dificultar ainda mais as coisas, e especialmente se não houver investimentos externos.

Os líderes africanos não estão a recusar em negociar com o General Aziz. A União Africana disse que as sanções devem ser acompanhadas por esforços africanos e internacionais para trabalhar com todas as partes mauritanianas com vista a um rápido retorno da ordem constitucional.

O general Aziz é visto como candidato para as eleições presidenciais de Junho, mas ainda não anunciou publicamente a sua candidatura.

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