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Nova Cimeira Sobre o Zimbabwe


Os líderes da África Austral vão reunir-se numa cimeira, na África do Sul, na próxima segunda-feira, um encontro destinado a fazer reviver as conversações destinadas a formar um governo de unidade nacional no Zimbabué. Mas, as partes envolvidas nas conversações não estão optimistas, notando que as posições entre as partes envolvidas têm endurecido desde a assinatura do acordo sobre a partilha do poder assinado há quatro meses atrás.

Os líderes zimbabueanos continuam a manifestar esperança em que seja conseguido um acordo, enquanto as conversações prosseguem nos bastidores, desde que as conversações sobre a crise terminaram num impasse, na segunda-feira, em Harare.

Ainda assim, o presidente Robert Mugabe, representando a ZANU-PF, e o primeiro-ministro designado Morgan Tsvangirai, do Movimento para a Mudança Democrática (MDC), afirmam que não irão fazer mais concessões quando os líderes da SADEC se voltarem com eles a reunir-se, em Pretória, na segunda-feira.

Um professor da Universidade de Kent, na Inglaterra, Alex Magaísa, afirma que os zimbabueanos estão a perder a esperança de que a disputa possa ser resolvida pela SADC: "O Zimbabwe entrou num beco sem saída relativamente à SADC. Não vai acontecer nada de novo. Não penso que o Movimento para a Mudança Democrática possa esperar que algo de positivo possa sair da SADC, no que diz respeito aos seus interesses. O que está na mesa é o que está. Não penso que vá mudar."

Um acordo de partilha do poder, assinado no ano passado, entrou num impasse depois do MDC ter protestado pelo facto do governo do Mugabe se recusar a partilhar ministérios considerados essenciais, bem como cargos de importância na hierarquia do Estado. O MDC exigiu também a libertação de presos políticos, detidos nos últimos meses, acusado de conspiração.

Os mediadores da SADC propuseram que Tsvangirai participe no governo de unidade de Mugabe e que resolvam, mais tarde, as divergências.

O MDC afirma que Mugabe já violou partes do acordo e receia que irá continuar a fazê-lo. Mugabe ameaça formar um governo sozinho, se necessário.

O Prof. Magaísa diz que o MDC tem poucas opções viáveis, a não ser a de efectuar mudanças quando estiver no governo: "O que precisa de ser feito por parte do MDC é avaliar cautelosamente os custos e os benefícios das opções que irão ser tomadas. Se decidirem não participar têm que se interrogar sobre o que é que poderão fazer, que não tenha, feitos nos últimos dez anos, para chegarem ao poder."

Adam Habib, professor da Universidade de Joanesburgo, afirma que uma intervenção militar não constitui uma opção e que a aplicação de sanções prejudica, prioritariamente, as pessoas pobres, em vez da influente classe política. Diz ele que a única opção realista é uma solução negociada: "O dilema das negociações políticas é como se consegue pressionar Mugabe ou mesmo Tsvangirai. Como é que, os mediadores, enquanto grupo, podem fazer com que as partes beligerantes comecem a negociar de boa fé entre si e a reconhecer a tragédia que se está a abater sobre o povo zimbabueano."

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