Links de Acesso

Ruanda e RDC Querem Desarmar Rebeldes de Nkunda


Tropas ruandesas e congolesas estão empenhadas num esforço conjunto tendente a desarmar as milícias hutus das Forças de Libertação no Congo, operação acerca da qual as agências humanitárias e líderes políticos manifestam as suas preocupações.

As tropas ruandesas atravessaram a fronteira para a República Democrática do Congo, na terça-feira missão de manutenção de paz das Nações Unidas disse que sabe o número das tropas ruandesas no Congo, aproximadamente entre quatro a sete mil soldados.

A operação conjunta com as forcas congolesas tem por objectivo desarmar as milícias hutus ruandeses das Forças Democráticas de Libertação, compostas de cerca de seis mil homens, muitos dos quais participaram no genocídio de 1994.

As milícias e outros grupos armados são desde há muito responsabilizadas pela instabilidade na República Democrática do Congo. Desde 1994 que as tropas ruandesas têm atravessado múltiplas vezes a fronteira em perseguição dos rebeldes.

Em Novembro último, o governo congolês acusou o Ruanda de apoiar o grupo rebelde tutsi chefiado por Laurent Nkunda, em recontros com os militares congoleses. Entretanto, os dois governos assinaram um pacto em Dezembro último para perseguirem conjuntamente os militantes hutus das Forças de Libertação do Ruanda.

O responsável do gabinete humanitário da União Europeia, Louis Michel, acolheu da melhor maneira a referida operação conjunta afirmando que a mesma indica uma melhoria dos laços entre os dois governos, representando ainda o início da solução do problema da instabilidade na região.

Mas os gabinetes das operações humanitárias das Nações Unidas e a organizações internacionais OXFAM e Amnistia Internacional advertiram que a operação poderá ter severas consequências para a população civil.

A missão de manutenção de paz das Nações Unidas disse ter sido bloqueada a caminho de Rutshuru, quando as tropas congolesas e ruandesas chegaram a zona. O porta-voz do grupo das Nações Unidas, Madnoje Mounoubai, disse que as organizações humanitárias foram impedidas de se deslocarem aquela zona.

"Não devemos ser impedidos de visitar qualquer zona que esteja dentro das nossas atribuições. Já apresentamos a nossa queixa a este respeito. Desejamos chegar onde podemos observar a situação da segurança e assistência humanitária a população civil."

A imprensa e os partidos políticos congoleses manifestaram igualmente as suas preocupações acerca da operação conjunta. O líder do parlamento congolês, Vital Kamerhe, do partido do Presidente Joseph Kabila, manifestou surpresa pela entrada das tropas ruandesas no território congolês, advertindo acerca dos riscos de se registarem mais baixas ainda entre a população civil.

Por sua vez, os responsáveis congoleses esperam que a operação conjunta com as forças ruandesas não dure mais de 15 dias. As duas forças estão em movimento contra as milícias hutus.

XS
SM
MD
LG