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Obama: Expectativas Mundiais São Grandes


Na generalidade dirigentes mundiais e cidadãos têm estado a expressar optimismo sobre o novo presidente da América. Contudo uma recente sondagem levada a cabo pelo New York Times em 21 países revela que os cidadãos de 18 desses 21 países não têm um ponto de vista favorável sobre os estados Unidos. Só na India, Polónia e nos próprios Estados Unidos é que os cidadãos disseram ter um ponto de vista favorável sobre os Estados Unidos. Isto indica que o presidente Obama vai ter um desafio difícil na cena política internacional.

O jornalista indiano Jhangir Pocha, editor da revista Business World baseado em Nova Deli disse que os cidadãos indianos compartilham com os americanos a preocupação sobre a necessidade de se resolver a crise económica e querem que o presidente Obama seja um líder forte neste aspecto. Pocha disse que na Índia há um crescente sentimento que os Estados Unidos têm que abandonar o Iraque e o Afeganistão mas que isso deve ser feito de modo responsável.

O jornalista indiano disse que os seus compatriotas ficaram satisfeitos com o tom do discurso inaugural de Obama.

"As pessoas eram de opinião que Bush era muito dogmático" disse Pocha acrescentando que "com Obama há o sentimento que há mais compreensão das complexidades do mundo".

"Há portanto o sentimento que ele será capaz de intervir nos problemas noutros países de um modo mais sensível e realístico" acrescentou

Mesmo no mundo árabe, onde as atitudes para com os Estados Unidos estão ao seu nível mais baixo de sempre as pessoas expressam um optimismo cauteloso.

Nádia Bilbassy correspondente do Middle East News Center em washington diz que há um sentimento que o presidente Obama está empenhado e resolver as prioridades do mundo árabe.

Entre essas, diz ela está a questão israelo-palestiniana e depois o Iraque porque isso poderá ter implicações para o Irão e Síria.

Mas disse Bilbassy há também um realismo sobre o que significa Obama pois "todos sabem que Israel é um aliado estratégico dos Estados Unidos e isso não vai mudar".

"Penso que o que vai mudar é o modo de actuar" disse a correspondente do Middle East News Center.

"O que as pessoas no mundo árabe esperam é que o presidente Obama esteja envolvido na questão e que nomeie um enviado especial em vez de confiar só na secretária de estado" acrescentou.

Na verdade espera se que Obama nomeie o antigo senador George Mitchell como enviado especial para o médio oriente.

Na Europa o jornalista alemão Matthias Rueb do Frankfurter Algemeine Zeitung disse que as expectativas são tão grandes que isso poderá levar a sérias desilusões. Para os europeus uma das prioridades é a questão das mudanças climatéricas.

Mas Rueb disse pensar que "vai haver uma mudança significativa na posição americana em primeiro lugar tentando tornar-se mais independente em termos de energia, em apoiar fontes alternativas de energia e em ser parte de um esforço internacional para se reduzir as emissões de dióxido de carbono".

"Em segundo lugar o governo americano vai envolver-se mais com as instituições internacionais, revivendo por exemplo a NATO," disse o jornalista alemão acrescentando que no seu país e em outros países europeus "a opinião era que a administração Bush queria usar a NATO apenas como instrumento dos americanos e não como uma instituição para lidar com os seus parceiros".

"Há também o sentimento que os Estados Unidos vão usar a ONU para resolver problemas internacionais e isso envolve o Irão Coreia do norte e médio oriente" acrescentou.

Estas portanto as expectativas internacionais. Mas convém recordar o velho ditado que diz que governar é decidir. E muitas vezes principalmente para uma super potencia há que decidir não entre o que é bom e mau mas sim entre o que é mau e o que é pior. E é por isso que fazer escolhas em política externa é sempre um campo de minas. Mesmo para um presidente que pelo menos para já parece contar com o apoio de quase todo o mundo.

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