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Cimeira no Zimbabué: Sem Sinal de Acordo


Líderes dos três principais partidos políticos participaram em conversações para tentar, uma vez mais, pôr em prática o acordo de partilha do poder, o qual se encontra num impasse vai para dez meses. Aparentemente, os dois principais partidos parecem ter endurecido as suas posições na véspera desta cimeira e, de Harare, não chegaram sinais de acordo.

Os presidentes de Moçambique e da África do Sul participaram nas conversações em Harare, conversações em que participam o presidente Robert Mugabe e o primeiro-ministro designado do Zimbabwe, Morgan Tsvangirai, que regressou ao país depois de mais de dois meses de permanência no estrangeiro. Outro dos participantes é Arthur Mutambara.

O presidente sul-africano Kgalema Motlanthe e o seu antecessor, Thabo Mbeki, bem como o presidente moçambicano, Armando Guebuza, lideram uma iniciativa regional apostada em ultrapassar as divergências que têm obstado à formação de um governo de unidade mandatado por um acordo de partilha do poder aprovado há quatro meses.

Mutambara disse a jornalistas que chegou o momento de ser flexível, de fazer compromissos e de adoptar uma atitude pragmática. Mas, sublinhou que o seu grupo, na qualidade de partido da oposição, apoiou as exigências do Movimento para a Mudança Democrática de Tsvangirai, comentando esperar que a ZANU-PF, de Mugabe, responda positivamente àquelas exigências.

Tsavngirai reuniu-se, no domingo, com a liderança do seu partido, o Movimento para a Mudança Democrática.

Nelson Chamisa, o porta-voz do Movimento Democrático para a Mudança, disse depois do encontro que o seu partido mantém a posição no que toca à divisão dos ministérios, considerando que a proposta de Mugabe não é equitativa, que a participação no conselho nacional de segurança tem que ser negociada e que os governadores nomeados pelo presidente têm que reflectir os resultados das eleições legislativas de Março do ano passado. Disse Chamisa: "É um ponto importante em termos de encerrarmos este capítulo das negociações. E, a esse respeito, o MDC não vai ser esmagado no sentido de aceitar as sobras nestas negociações. Nós iremos insistir em resolver as questões pendentes".

O MDC exige também a libertação de 30 activistas seus que foram detidos ao abrigo de falsas acusações, na opinião da oposição.

Mas, Mugabe já deu a entender que não está disposto a fazer mais concessões.

Numa entrevista dada ao jornal governamental "Sunday Mail", o actual presidente do Zimbabué disse que a oposição ou aceita o acordo ou o rejeita, indicando estar preparado para formar um novo governo por si só, caso as conversações venham a fracassar.

O parlamento zimbabueano deve voltar a reunir-se amanhã para debater uma emenda constitucional que irá legalizar o acordo de partilha do poder celebrado em Setembro do ano passado. Ao abrigo desse acordo, Mugabe irá manter-se na presidência, Tvangirai será o primeiro-ministro e Mutambara será um dos vice-primeiro-ministros.

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