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Zimbabwe: Perfil de Um Homem Forte do Regime


Um dos homens mais temido no Zimbabwe é o presidente do banco central Gideon Gono, acusado também de ser um dos principais responsáveis pela destruição do sistema financeiro do país.

Isto segundo o que escreveu Robyn Dixon do Los Angeles Times que numa reportagem datada de Harare descreveu Gono como o homem que "tem um dedo em todos os ministérios", o homem que tem que aprovar todos os projectos para estes poderem seguir por diante e também o homem que nenhum subalterno aproxima sem medo e sem tremer.

Escreveu Dixon que Gono tem feito muitos inimigos dentro da ZANU-pf e que está obcecado em ter a sua foto nos jornais e televisão tendo mesmo a sua própria página na internet em que relata a sua ascendência de serviçal domestico a presidente do banco central onde governa "com um estilo autocrático sobre questões do governo que ele domina".

O presidente do banco central zimbabueano responsável pela hiper inflação no país aterroriza porteiros e gerentes de bancos de igual modo ordenando a sua prisão ou demitindo-os a bel-prazer, segundo o repórter do LA Times que acrescentou:

"Gono geralmente trabalha até à meia-noite. Sob a sua liderança o Banco de Reserva assumiu uma enormidade de tarefas que não estão relacionadas com as tarefas de um banco central. Compra carros para uso do governo, é o fornecedor de equipamento agrícola e fertilizantes, responsabilizou-se pela criação de 'Lojas do Povo" para vender bens baratos; criou lojas de câmbios, fornece medicamentos a hospitais, mobilizou material de construção para abrir poços de água durante a crise da cólera e aprovou um projecto de bio combustíveis e isto não é tudo".

Robyn Dixon do Los Angels Times fez ainda notar que Gono continua a defender a a sua decisão de continuar a alimentar a hiper inflação no país imprimindo mais notas afirmando que se trata de um meio de furar as sanções.

New York Times Descreve Helen Suzman

John Burn e Alan Cowell dois veteranos repórteres do New York Times escreveram em conjunto um perfil de Helen Suzman a deputada e activista anti-apartheid que morreu na semana passada em Johannesburg com 91 anos de idade.

Os dois repórteres fazem notar como no estrangeiros Suzman foi asperamente criticada por se ter constantemente oposto a sanções e por defender a sua presença no parlamento reservado a brancos, opondo-se à violência. Houve mesmo manifestações contra a sua presença em universidades americanas quando ali foi convidada a discursar ainda durante a era do Apartheid.

Mas os dois repórteres do New York Times fizeram notar que Helen Suzman raramente fez face a essas críticas por parte dos dirigentes negros mais conhecidos.

"Nelson Mandela mencionou várias vezes com afecto as suas visitas à prisão da ilha de Robben no frio oceano Atlântico ao largo da cidade do Cabo onde ele cumpria uma pena de prisão perpétua imposta em 1964 e onde permaneceu durante 20 anos até ser transferido para outra prisão no Cabo. Fazendo uso dos seus direitos como deputada ao parlamento Suzman fez a sua primeira visita a Mandela em 1967 e regressou ao local frequentemente" escreveram Burns e Cowell

Os dois jornalistas fizeram notar como após o fim do Apartheid Suzman continuou a ser uma voz crítica e amarga contra os abusos de poder agora pelos governantes negros. Recentemente por exemplo tinha pedido uma investigação oficial a negócios de armas alguns dos quais envolvendo o actual presidente do congresso nacional africano Jacob Zuma. O arcebispo Desmond Tutu é citado pelos jornalistas como tendo descrito Suzman como uma pessoa "indomável". Mandela considerou-a uma grande patriota e o governo decretou luto nacional

Obama "Só Possível na América".

Numa reportagem datada de Kobama no Quenia sobre o impacto da eleição de Barack Obama para presidente dos Estados Unidos Edmund Sanders do Los Angeles Times escreveu que cresce agora um sentimento que o "sim podemos" de Obama é algo que é muito difícil de replicar em África.

Sanders escreveu que enquanto "o sucesso de Obama é institucionalizado em fotografias em escolas e autocarros e em discursos no parlamento promovendo a mudança, muitos começam agora a ver que este sucesso contra todas as previsões é algo que é só possível nos Estados Unidos".

"Em África o dinheiro, a etnia e as ligações familiares contam mais para o sucesso do que o trabalho árduo" escreveu o correspondente do Los Angeles Times paara quem em África "o suborno geralmente ultrapassa o talento, a corrupção ultrapassa a integridade".

"Jovens africanos que queiram seguir as pegadas de Obama, mesmo aqueles com o mesmo nome, podem fazer face à desilusão e ao desengano" acrescentou.

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